Giovana

Este blog têm por finalidade as postagens de materiais para o desenvolvimento do meu TCC do curso de especialização Tecnologias em Educação

quinta-feira, 7 de maio de 2020

terça-feira, 16 de abril de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

3ª versão do TCC

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Professores e tecnologias: entre a formação e a prática.

 
 

Giovana Morgan Sélia

 
 

Flávia Lopes Lobão

Giovana Morgan Sélia

Professores e tecnologias: entre a formação e a prática.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação

Orientador

Prof.ª Flávia Lopes Lobão

Coordenação Central de Educação a Distância

Curso de Especialização Tecnologias em Educação


Rio de Janeiro

Fevereiro de 2013

Perfil do aluno

Bacharel em Ciências Contábeis, pela Fundação Castelo Branco, graduada em Matemática pela Universidade do Grande Rio, especialista em Matemática pela Universidade da Região dos Lagos e em Mídias na Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Professora municipal de Nova Venécia – ES na área de matemática desde 2000, multiplicadora dos cursos do Proinfo Integrado no Núcleo de Tecnologia Municipal desde 2010.


Dedicatória

Dedico meu trabalho a todos os professores cursistas que participaram das formações do Proinfo onde fui multiplicadora, e juntos tivemos a oportunidade de crescer em conhecimento na busca de uma educação melhor.


Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me concedido vida e saúde, aos meus familiares e colegas de trabalho pela ajuda incondicional e a orientadora Flávia Lopes Lobão, pela sua orientação e colaboração ao realizar este trabalho.

“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.

(Freire, 2005, p.35)
Resumo

Este trabalho analisa o processo de formação continuada dos professores da rede municipal de Educação de Nova Venécia – ES, na área de tecnologia oferecida, pela Prefeitura Municipal de Nova Venécia através da Secretaria Municipal de Educação e do Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM, em parceria com o Ministério da Educação e Cultura – MEC, e sua repercussão na prática pedagógica nas escolas municipais de Ensino Fundamental atendidas pelo Programa de Informática Educativa – PROINFO do Espírito Santo. O objetivo é identificar a representação da informática educativa dos professores da rede municipal e o uso do computador em sua prática educativa, a partir do conhecimento adquirido nas formações. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas com os professores através de visitas pedagógicas nas escolas e também através de relatórios trimestrais enviados ao Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM sobre a utilização dos Laboratórios de Informática Educativa

Palavras-chave: Formação Continuada, Tecnologia, Professores, Prática Pedagógica.


SUMÁRIO

1. Introdução_ 7

2. A formação continuada na área de tecnologia 8

3. A prática de sala de aula integrando às tecnologias 13

4. Conhecendo a EMEF “Maria Rodrigues Leite” 17

5. Conclusão_ 29

6. Referências Bibliográficas: 32

1. Introdução

Com o objetivo de promover a inclusão digital dos professores e gestores das escolas de Educação Básica, surge a necessidade de planejar e realizar formação continuada a todos esses profissionais sobre as mídias educacionais e suas funcionalidades dentro da Educação. Percebemos, a cada dia, em sala de aula, o quanto o mundo evoluiu nos últimos anos e o quanto a Educação ainda precisa evoluir para acompanhar tantas mudanças e revoluções.

Pensando no ambiente escolar, há alguns anos atrás, tudo se resumia a uma sala quieta, um quadro negro e poucos livros, hoje até mesmo nas comunidades rurais mais carentes, aos poucos, vão chegando computadores, laptops, computador interativo, DVD's, lousa digital, tablets dentre outros. E como fica o professor diante de todo esse aparato de tecnologias se, na maioria das vezes, desconhece suas funções e utilizações?

Daí surge a necessidade de todos os professores participarem de formações continuadas para que realmente possam usufruir dessas máquinas em prol de uma Educação mais igualitária e eficaz, afinal hoje se ensina e muito se aprende na internet sobre todas as áreas do conhecimento.

2. A formação continuada na área de tecnologia

Este trabalho visa essa reflexão sobre a prática pedagógica e a utilização dos recursos disponíveis nas escolas, levando em consideração os desafios implicados nas formações para o uso das mídias.

No Brasil, até meados dos anos 90, discutia-se sobre a inclusão ou não dos computadores na Educação Básica. Hoje isso já é uma realidade, por isso, acompanhando os avanços das mídias educativas em todos os lugares e a facilidade de acesso pelos alunos, os professores não podem mais de afastar dessas tecnologias em suas aulas e os alunos precisam vivenciar essa inclusão em todas as disciplinas.

Necessitamos de uma escola que possa superar a atual, calcada nos velhos paradigmas da civilização em crise, e que ainda não conseguiu solucionar os problemas propostos pela própria modernidade. PRETTO (1996:98) complementa, afirmando que “necessitamos de uma escola não apenas fundamentada no discurso oral, que desconhece o universo audiovisual que domina o mundo contemporâneo”.

O meu trabalho no Núcleo de Tecnologia Municipal é de formadora dos cursos do Proinfo Integrado, porém sempre tive vontade de acompanhar mais de perto os professores e alunos e saber como os conhecimentos adquiridos estavam sendo colocados em prática nas salas de aula. Daí surgiu a indagação: Como os professores fazem uso das tecnologias disponíveis em sua prática educacional, tendo em vista a formação continuada recebida referente às mídias educacionais? Para responder a essa pergunta fiz minha pesquisa na EMEF “Maria Rodrigues Leite”, durante o 3º trimestre de 2012.

O ensino em vários níveis padece de um mal bastante antigo, o mal do ensino maciçamente verbalista. Ainda hoje, nestes dias de internet, satélites e comunicação multimídia, realidade virtual e novas estratégias de ensino continuaram com uma prática docente e discente nas escolas do pré-primário a pós-graduação, teimosamente aferrada a cultura oral. (PFROMM, 1980, p.168)

O nosso maior desafio foi fazer com que os professores realmente utilizassem os recursos tecnológicos como um aliado em seus planejamentos diários, especialmente, entre aqueles profissionais mais tradicionais que trabalham na escola e que seguem seus programas já pré-definidos e aguardam comportamentos já esperados por suas turmas.

Segundo Demo (1996, p.14) “qualidade é a união de habilidades de manejar meios, instrumentos, formas e técnicas ao mesmo tempo em que se possui as habilidades humanas de se fazer e de fazer história”.

Precisamos manter os nossos alunos nas escolas, para isso necessitamos motivá-los, para que se interessem mais por elas, e um dos caminhos para atraí-los são as mídias. É possível criar, assim, um novo cenário de Educação, onde professores e alunos possam estar construindo conhecimentos juntos, tendo uma experiência motivadora, inovando e reconstruindo a prática pedagógica.

Vosgerau (1999, p.105) salienta que “a inserção dos recursos tecnológicos aliados as habilidades pedagógicas adequadas, poderão ter uma grande participação no aumento da qualidade do ensino, o seu uso requer planejamento e integração”. As habilidades humanas são de fundamental importância para o trabalho com as tecnologias, mas sabemos que ter acesso e habilidade não são suficientes para garantir uma boa educação e formar cidadãos críticos. Os profissionais envolvidos com o ensino deverão buscar os profissionais envolvidos com a tecnologia, aliando-se na busca de um ensino de qualidade aos nossos professores e alunos.

Os professores recebem as formações oferecidas pelo MEC, mas comumente se sentem inseguros em utilizar as mídias com seus alunos, deixando de oferecer a eles, muitas vezes, a única oportunidade de inclusão digital. Existem também professores que ainda estão presos à quantificação do conteúdo e ao cumprimento obrigatório de todo o currículo, em detrimento da qualidade do que está sendo transmitido e absorvido pelos alunos. Os professores precisam se dá conta que podem potencializar a comunicação e a aprendizagem fazendo uso das tecnologias.

Nesse sentido, é preciso pensar que a diversificação e as mudanças de um ano para outro são muito grandes, não cabe mais, hoje, aproveitar os planejamentos de anos anteriores. Precisamos avançar muito nesse sentido ainda, buscando conhecimentos atualizados através de estudos e pesquisas, e cada vez mais aprendendo a aprender, para isso a internet é uma grande ferramenta de apoio aos docentes.

Essas e outras questões são imprescindíveis ao se planejar formações para os professores, se a intenção não for apenas apresentar as ferramentas e suas aplicações dentro das salas de aulas, independente de sua disciplina. E sim mostrar que as mídias, aliadas às habilidades já existentes pelos docentes, podem preparar melhor nossos alunos. Isso quer dizer, favorecer a construção de um pensamento crítico, reflexivo, potencializador de autonomia, que os ajudarão a enfrentar o mercado de trabalho tão competitivo como o de hoje. Para isso, é preciso mostrar que não é suficiente apenas serem conhecedores das tecnologias, simplesmente, mas saber fazer dela sua aliada.

Muitas coisas já estão sendo feitas para acompanhar o avanço tecnológico, profissionais ligados à educação têm pesquisado e produzido materiais didáticos digitais para apoiar à aprendizagem. É possível encontrar uma vasta produção de softwares e páginas da Web com atividades e jogos pedagógicos muito bons, apesar de observarmos que muitos deles só possuem fins comerciais e estão descontextualizados em relação ao currículo.

Grandes investimentos estão sendo feitos pelo governo tanto em formações de professores, quanto para equipar as escolas com novas tecnologias. Começamos com o Proinfo, Mídias na Educação, o UCA, os tablets, agora está para chegar o Pronacampo que irá atender as escolas rurais e os quilombolas e infelizmente apesar de tantos investimentos, ainda temos muito a avançar para que essas tecnologias sejam realmente incorporadas ao cotidiano escolar como um auxílio no desenvolvimento e ampliação do currículo

A qualidade e a aplicabilidade das formações de professores para o uso das tecnologias é uma condição necessária de implementação efetiva das mesmas nas escolas, ajudando a alavancar condições que resultem em uma melhoria de fato na educação. Não enfatizando apenas as habilidades técnicas, mas familiarizando-os com os diversos recursos computacionais disponíveis que levam ao despertar do interesse dos alunos como uma consequência natural desse trabalho.

Nessa perspectiva da utilização das tecnologias digitais, os estudos discutem sua utilização de agregar efetivos avanços nos processos de ensino-aprendizagem (Kenski, 2007, Moran, 2000). Nesse sentido, é importante investigar como os professores estão utilizando as tecnologias em sala de aula, para que eles tenham condições de desenvolver atividades que levem o aluno a refletir e a contextualizar a aprendizagem adquirida na escola com as situações vividas em seu cotidiano. Almeida (2005) discute que a utilização de diversas mídias pode contribuir para que os alunos exerçam a função de construtores de significados. A autora enfatiza que o conhecimento do professor é fundamental para que a tecnologia seja utilizada de acordo com os objetivos da atividade. Investir na formação de professores implica desenvolver um projeto em que as mídias serão utilizadas de forma a garantir um trabalho baseado na reflexão das principais ferramentas, funções e estruturas das tecnologias.

Fagundes (2005) aponta que apesar do desenvolvimento de diversas ferramentas, ainda se faz necessário pesquisar como os professores trabalham com as tecnologias. Fernandes (2009), por sua vez, apresenta em sua pesquisa o professor como agente ativo na implementação de tecnologia na escola, sendo esse capaz de superar as dificuldades de ordem tecnológica e pedagógica no ensino.

A comunicação entre os educadores, escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; dar subsídios para a tomada de decisões, a partir da criação de um fluxo de informações e troca de experiências; produzir atividades colaborativas que permitam o enfrentamento de problemas da realidade escolar. (ALMEIDA; MENEZES, 2004, p.1).

Segundo artigo do Especialista em Docência do Ensino Superior e Educação a Distância, Roberto Carlos da Fonseca, publicado na Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância:

A necessidade do educando na busca de novas perspectivas e uma formação adequada enseja o caráter motivador e este por sua vez requer do educador a contrapartida na busca de atendimento constante e focado nas dificuldades e anseios de seu alunado, sempre buscando a melhor ferramenta e a abordagem propícia a cada pessoa ou grupo de interesse ou de trabalho. (2010, vol 9)

Publicado na Revista Brasileira de Informática na Educação, as professoras Melissa Picchi Zambon, Deisy das Graças de Souza e Tânia Maria Santana de Rose, dizem que “quando um recurso pedagógico é apresentado ao professor, este tende a fazer um julgamento sobre como aquilo pode ser relevante para o seu trabalho e para atingir suas metas em sala de aula”. Tal julgamento é baseado em crenças e valores prévios e afetará a forma como o novo recurso será utilizado em seu cotidiano. Assim, é importante que as TIC sejam apresentadas ao professor de forma contextualizada e significativa para que ele possa ter claro como elas se relacionam aos seus objetivos na escola e de que forma podem contribuir na aprendizagem dos alunos.

Os artigos lidos retratam sobre as formações recebidas pelos professores, sejam na modalidade EAD ou presencial, e como isso está sendo aplicado ou não nas suas salas de aula. Percebe-se que apesar de serem muitas as possibilidades do uso das TIC no contexto educacional, seu potencial ainda precisa ser mais amplamente explorado. Observa-se também que se fala sobre como a utilização orientada e bem sucedida nas formações pode favorecer os professores no sentido de maximizarem sua capacidade sobre o uso das tecnologias em suas atividades docentes diárias, aumentando as chances de que as TIC sejam efetivamente utilizadas com sucesso nas escolas.

. A prática de sala de aula integrando às tecnologias

Acompanhando toda essa discussão em torno das tecnologias na Educação, trabalhando no Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora e sendo aluna do curso de especialização Tecnologias na Educação, desenvolvi durante o ano de 2012 formações aos profissionais da educação do município de Nova Venécia. Nosso objetivo principal era contribuir para a inclusão digital desses profissionais, buscando motivá-los, familiarizá-los e prepará-los para utilizarem todos os serviços e recursos disponíveis pelas mídias encontradas em suas escolas. Também era nossa intenção levá-los a refletir sobre a importância das tecnologias nos dias atuais e o impacto que essas tecnologias digitais trazem para a nossa sociedade em geral, refletindo em nossos alunos nas salas de aula.

Conhecer um novo sistema operacional, no nosso caso o Linux Educacional, foi o nosso maior desafio, principalmente por ser um sistema desconhecido tanto por parte dos alunos como por parte dos professores, e ainda deixando a desejar em alguns aspectos. Porém, esse sistema possui alguns recursos disponíveis gratuitamente que fizeram e fazem a grande diferença em algumas escolas que ainda não possuem conexão de internet, recursos esses que são: Conteúdos Educacionais, Domínio Público, TV ESCOLA, Portal do Professor, Programas Educacionais, Objetos Educacionais, dentre outros.

Durante todas as formações oferecidas procuramos demonstrar que o conhecimento técnico das máquinas e seus aplicativos, do sistema operacional e tudo o que ele oferece, são muito importantes na prática pedagógica, mas sempre buscamos estimular os professores a refletirem sobre o porquê e para quê utilizar essas tantas tecnologias. Assim, poderiam desenvolver atividades significativas na sua prática docente, mesmo necessitando de uma adequação para as diversas realidades encontradas no município.

Planejar formações envolvendo as tecnologias não é tarefa fácil, pois numa mesma turma encontraremos sempre níveis de conhecimentos e de apropriações tecnológicas bem diferentes, desde aqueles professores que não sabem colocar um acento nas palavras, até aqueles profissionais que já desenvolvem atividades temáticas e projetos vinculados ao seu currículo e planejamento. Nosso desafio é grande no sentido de buscar e promover equilíbrio e integração entre os cursistas, incentivando as habilidades e reconhecendo as diferenças e dificuldades de cada um. Essa realidade diversa com relação à apropriação das tecnologias, os professores também encontram com relação aos alunos. Uns são mais sabidos e autônomos, outros menos e, da mesma maneira, os professores deverão saber lidar com essas diferenças encontradas em sala de aula para que, ao final, todos consigam fazer as atividades propostas.

As aulas são preparadas para potencializar as contribuições individuais, em duplas ou coletivas, de acordo com os objetivos propostos das atividades e da relação entre o número de cursistas e o número de máquinas disponíveis. As trocas de experiências, de opiniões entre os cursistas, o compartilhamento das facilidades e dificuldades são momentos riquíssimos para se aprender e ensinar.

É importante que nas formações os professores sejam estimulados a refletir sobre as mudanças que hoje encontramos em nossas salas de aula, diferentes de alguns anos atrás, buscando assim tomar consciência do seu papel de educador nesse processo e também do papel das tecnologias na vida cotidiana dos alunos. A construção do conhecimento pode ser feita a partir dessa conscientização, se os professores participarem efetivamente desse processo, contribuindo assim para que a qualidade do ensino melhore e incluindo socialmente os alunos. As tecnologias educacionais têm um grande potencial de promover e intensificar o processo ensino-aprendizagem, e os profissionais da educação, tanto os professores como os gestores, precisam se valer desses instrumentos para que a aprendizagem seja realmente mais ativa, colaborativa, interagindo efetivamente com o que se passa dentro da escola e o que está fora da escola.

A cada formação concluída percebe-se o crescimento dos professores, maior autonomia e segurança em relação ao manuseio das máquinas, mas principalmente em suas atuações nas salas de aula, promovendo e desenvolvendo atividades e projetos vinculados às tecnologias, permitindo aos alunos se fortalecerem na aprendizagem e incluindo-os na educação digital.

É fato, para que efetivamente ocorra essa inclusão digital dos professores e gestores escolares, surge a necessidade de oferecer a tais profissionais formações relacionadas às mídias educacionais e suas funcionalidades. É necessário orientá-los sobre a vasta produção de softwares e páginas da web com várias possibilidades de atividades e jogos pedagógicos. Esses materiais podem agregar ao currículo escolar e, sobretudo, favorecer aos professores a postura crítica e a predisposição para uma aprendizagem permanente que otimizem o processo de construção do conhecimento.

Importante destaque foi dado sobre a necessidade de se construir uma postura crítica em relação ao uso das tecnologias e suas contribuições para o ensino, bem como o fortalecimento da predisposição de uma aprendizagem permanente enquanto professor.

Durante os cursos surgiram várias dificuldades relacionadas as mais diversas realidades, e essa troca de experiências tornou-se ao final um grande aprendizado, fortalecendo a todos e enriquecendo suas práticas

Porém, o nosso contato com os professores se reduzia apenas às aulas presenciais no NTM, surgindo uma necessidade de acompanharmos mais de perto o que eles estavam aplicando em salas de aula, ou seja, o conhecimento adquirido durante as formações. Passamos, então, a acompanhar melhor esses profissionais em suas atuações nas escolas, através de relatórios bimestrais enviados ao NTM, e através de visitas pedagógicas realizadas periodicamente em todas as escolas do município.

Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca de um ensino melhor.

Todo esse trabalho no núcleo refere-se à inserção das tecnologias na sociedade contemporânea e como isso reflete no ambiente escolar. A partir desse pressuposto analisamos a formação dos docentes e esse feedback com os alunos, fortalecendo a necessidade da renovação e ressignificação das práticas pedagógicas de sala de aula.

Nesta perspectiva, percebe-se que a intensificação do uso das tecnologias na educação, expressa novas atitudes e dinâmicas sociais na produção, desenvolvimento e socialização do conhecimento.

O trabalho situa-se na discussão da utilização das multimídias, considerando os variados aspectos encontrados e os elementos que permitem essa utilização e as influências de todo esse processo na formação e organização do trabalho docente.

4. Conhecendo a EMEF “Maria Rodrigues Leite”

Como formadora do Proinfo no município, trabalho com os professores de todas as escolas municipais da zona urbana e rural, porém, para realizar esta pesquisa, foquei na EMEF “Maria Rodrigues Leite”, pois tive a oportunidade de acompanhar mais de perto os desdobramentos no trabalho pedagógico dos professores a partir das contribuições que tiveram nas três formações oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal.

EMEF “Maria Rodrigues Leite” é uma escola Pólo de Alfabetização, onde são atendidos alunos do 1º ao 3º ano das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Seus alunos são de classe média, com razoável poder aquisitivo. A escola possui um laboratório de informática educativa LIED, com 17 computadores do Proinfo funcionando no sistema Linux Educacional 2.0 e 10 computadores, que foram doação de uma empresa internacional de café. Na imagem abaixo mostra o laboratório de informática numa aula de matemática utilizando o software educacional Tux Math que é um software gratuito disponibilizado no Linux Educacional, onde se aprende e desenvolve as operações matemáticas. Na segunda imagem utilizando o software SEBRAN ABC nas aulas de Língua Portuguesa e o GCompris que também faz parte do pacote educacional do Linux Educacional.

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O uso do Laboratório de Informática Educativa na EMEF “Maria Rodrigues Leite” é utilizado intensamente, são ministradas 5 aulas por dia, durante toda semana, isso para cada turno de funcionamento. Cada turma da escola é atendida duas vezes por semana conforme um horário específico elaborado pela professora mediadora do laboratório, formada em Processamento de Dados. Isso faz com que todos os professores da escola utilizem semanalmente o LIED, proporcionando aulas mais atrativas, desenvolvendo melhor os conteúdos e ampliando-os. Isso já é rotina na escola, alunos indo e vindo a cada intervalo, contagiados pelas tecnologias e com vontade de aprender mais. A professora do Laboratório de Informática participa semanalmente do momento de planejamento dos professores, onde são repassados a ela os conteúdos que serão tratados durante a semana e o que a professora da sala de aula espera que seja estudado e intensificado nas aulas de informática. Basicamente a professora do Laboratório pesquisa, analisa, busca atividades, jogos, textos, vídeos e outros recursos adequados àquela turma, de acordo com o conteúdo conduzido pela professora regente. As aulas no Laboratório são de expressa responsabilidade da professora do Laboratório, mas com acompanhamento da professora docente de sala de aula, para uma ajuda mútua em relação à disciplina e em alguns aspectos que podem surgir durante as aulas. A cada aula dada no Laboratório de Informática Educativa – LIED, os professores regentes preenchem um relatório de acompanhamento sobre a aula, o conteúdo, os recursos utilizados, a aprendizagem realizada, os problemas e dificuldades encontradas, que ao final de cada trimestre é enviado ao Núcleo de Tecnologia Municipal para acompanhamento e controle de utilização, juntamente com todos os projetos desenvolvidos pela escola durante o trimestre.

Veja abaixo exemplo de um relatório preenchido por uma professora da EMEF “Maria Rodrigues Leite”, após utilizar o laboratório de informática com a sua turma do 3º ano, do período matutino e também o relatório trimestral da professora de informática responsável pelas aulas de informática, focando as facilidades e dificuldades encontradas durante o 3º trimestre de 2012.

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A escola conta com um quadro de 10 professores efetivos e 11 professores contratados. Para a contratação dos professores em designação temporária, todos os candidatos, além de possuírem os requisitos básicos necessários para assumirem aquela escola, como graduação e especialização, também precisam ter um perfil pré-estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação para professores de alfabetização - todos são aprovados ou não através de uma entrevista.

Durante os anos de 2010, 2011 e 2012, os professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”, participaram das formações oferecidas pelo NTM-NV e também fizeram suas especializações conforme mostra as tabelas abaixo.

Graduações de todos os professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” no ano de 2012.

Tabela 1 – Formação Acadêmica dos Professores

Graduação

Total

Pedagogia

16

Educação Física

2

Normal Superior

1

Inglês

1

Processamento de Dados

1

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Figura 1 - Especializações concluídas pelos professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” durante o ano de 2012.

Tabela 2 – Formação Acadêmica de Professores – Lato Sensu

Pós-Graduação (Lato Sensu)

Total

Educação Infantil e Séries Iniciais

14

Educação Física Escolar

1

Supervisão, Gestão e Orientação Escolar

4

Inglês

1

Informática Educativa

1

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Figura 2 – Formação acadêmica de professores (Lato Sensu).

Cursos do Proinfo Integrado oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal durante os anos de 2010, 2011 e 2012, concluídos pelos professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”.

Tabela 3 – Cursos de formação do Proinfo Integrado

Cursos de Formação Continuada

Total

Introdução à Educação Digital

16

Tecnologias na Educação

18

Elaboração de Projetos

11

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Figura 3 - Cursos de formação do Proinfo Integrado

Essa pesquisa foi realizada sobre as formações dos professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite” que atuaram na escola durante o ano de 2012. As tabelas servem de análise sobre essas formações e seu quantitativo. Observa-se que todos os professores possuem curso superior e especialização na sua área. Mostra também a quantidade de professores que fizeram os três cursos do Proinfo oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal, durante os anos de 2010, 2011 e 2012. O curso Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC, teve uma quantidade maior de professores devido a sua carga horária maior (100h) e ser oferecido no contra turno oportunizando a todos os interessados a fazê-lo.

É importante ressaltar as mudanças que os professores obtiveram ao realizar as formações do Proinfo, aprendendo a conhecer e a utilizar melhor as tecnologias, e participando mais ativamente das aulas dadas no Laboratório de Informática. Essa pesquisa se tornou relevante para meu trabalho, pois ficou definido que a partir das formações recebidas pelos professores que a utilização do Laboratório se intensificou e passou a ser não mais imposta, mas, um diferencial nas aulas e nos planejamentos de todos os professores. Segundo depoimentos de vários professores durante a pesquisa, eles tinham medo do computador, o que muitas vezes os impediam de levar seus alunos ao laboratório, e a partir dos cursos realizados, conhecendo melhor as ferramentas e se familiarizando ao Sistema Operacional passaram a gostar e aproveitar melhor as aulas oferecidas no laboratório.

A professora K.G.M.G. ao se referir sobre suas aulas diz “minha prática pedagógica tornou-se muito mais efetiva a partir dos meus conhecimentos adquiridos nos 3 cursos que tive a oportunidade de fazer do Proinfo dado pelo NTM. Hoje me sinto muito mais confiante e segura em relação aos computadores e posso ajudar mais a professora de informática durante as aulas no LIED. Ensino e aprendo ao mesmo tempo, e realmente é muito bom, pois aprendi a gostar do laboratório de informática tanto quanto meus alunos de 8 anos”.

Como a pergunta inicial desse trabalho era saber como estão sendo aplicados na prática diária os conhecimentos adquiridos pelos professores durante e após as formações recebidas também foram realizadas visitas a EMEF “Maria Rodrigues Leite” nos turnos matutino e vespertino, acompanhando esses professores com suas turmas junto ao Laboratório de Informática.

Foram realizadas ao todo 13 visitas, durante o período de agosto a dezembro de 2012, sendo 7 no turno matutino e 6 no período vespertino. As visitas eram basicamente dentro do Laboratório e acompanhávamos os professores e sua atuação naquele ambiente, bem como a interação dos alunos com o Sistema Operacional e a máquina.

Durante a pesquisa realizada a professora M. G. S., do 3º ano do período vespertino, se refere às aulas do Laboratório de Informática Educativa da seguinte maneira: “Há muita interação entre os alunos durante as aulas, mesmo com número suficiente de máquinas, uma para cada aluno, e eles se comunicam sobre as atividades desenvolvidas com bastante empolgação”.

As formações oferecidas aos professores no Núcleo de Tecnologia Municipal também abrangem os professores bidocentes - que são os profissionais responsáveis pela alfabetização dos alunos com necessidades especiais da rede municipal, favorecendo assim a participação das aulas do laboratório, juntamente com todos os colegas da turma, porém acompanhados de uma professora especial. Deste contexto, a professora I. S. S. S. diz sobre suas aulas; “Para os alunos com necessidades especiais é muito importante porque é um suporte a mais para o seu aprendizado, dando sequência aos conteúdos desenvolvidos na sala de aula, eles sentem-se mais motivados e com vontade de aprender mais. A professora de informática é muito capacitada, têm domínio de conteúdo e muito carisma com os alunos especiais e com os outros também. O aluno L. F. não tem capacidade motora fina e futuramente ele vai ter que se adaptar ao mundo da informática, só precisa terminar o processo de alfabetização, e as aulas no LIED estão ajudando muito. A aluna F. devido a linguagem oral apresenta dificuldade de compreensão, mas essas dificuldades vêm sendo superadas no decorrer das aulas”

5. Conclusão

Percebemos que sobre as tantas mudanças ocorrendo dentro das escolas, alguns profissionais veem como um grande problema, outros como algo inevitável. Ainda assim precisamos buscar nos apropriar da melhor maneira, como diz Demo, (2000c, p.4)

A inovação advinda do conhecimento é hermeneuticamente circular, ou seja, ao mesmo tempo que é aquilo que a tudo inova, também é aquilo que mais depressa envelhece; assim, o cerne da vida profissional é sua renovação permanente, não estoque estático de conhecimento; é preciso, impreterivelmente, saber reconstruir conhecimento, não permanecer apenas ao nível instrucionista da transmissão.

Todo esse processo de mudanças na educação não é fácil, nem uniforme e vai acontecendo aos poucos, por isso a postura do professor é tão importante para que o diálogo se estabeleça no ambiente digital. Deve ser confiante no sujeito que aprende e em si mesmo, fortalecendo laços e aumentando a motivação. Moram (2003, p.23) fala da “importância de motivar alunos para o curso, criar boas expectativas, estabelecer laços de confiança, facilitando o processo de aprendizagem”.

As tecnologias digitais estão presentes em toda a sociedade contemporânea, alterando o nosso modo de vida e nos fazendo dependentes dessas ferramentas. Tal incorporação repercute em nossas ações, modos de pensar, modos de conhecer, modos de comunicar e em nossas relações com o outro, com o mundo e com o conhecimento. A educação não fica alheia a isso, assim se faz necessário adaptar as práticas pedagógicas de sala de aula às tecnologias disponíveis na escola.

É importante pensar e refletir também que não basta ter uma grande quantidade de informação - é necessário que essa informação seja transformada em conhecimento, contribuindo assim para a autonomia do sujeito - por isso é tão importante despertar a criticidade nos alunos e professores.

Para Munhoz (2002, p.42), “a utilização de tecnologia na educação não é uma novidade”, a autora ressalta ainda “que a sua utilização intensiva exige cuidados especiais na formação dos professores que atuam nesses ambientes”, e também fala da necessidade de “um acompanhamento da equipe gestora das escolas para garantir padrões mínimos de qualidade na educação”.

Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca de um ensino melhor.

Ao reconhecer que a profissão docente surge com o advento da organização dos sistemas educativos modernos, impulsionados pelas transformações nos modos de produção e nas transformações sociais advindas daí, damos o passo inicial para compreender as determinações que a caracterizam. No passado, a ocupação docente, a formação profissional, a identidade profissional e a identidade profissional do professor estiveram marcadas pela modéstia de conteúdo cultural, pois a ele cabia transmitir os códigos mínimos de leitura e escrita e da matemática.

Não podemos perder de vista, então, a dimensão pública da profissão do docente na sociedade contemporânea e sua capacidade profissional adquirida e validade pelo sistema. Assim:

A profissão docente, ainda que, como quase todas as demais profissões, pode ser exercida de forma autônoma, significativamente, é uma profissão assalariada cujo exercício está predefinido por quem a contrata que também determina sua relativa autonomia no exercício do poder que lhe atribui. O conhecimento do prestígio social que a sociedade outorga a essa profissão, do nível econômico em que a situa o valor de troca e do lugar relativo que ocupa sua formação sobre uma escala de cultura, permite seu estrato social e, última instância, a mobilidade social ascendente ou descendente que a afeta. (Castro, 1995, p.96).

Nesse cenário de hoje, cheio de mudanças, a ideia do professor como depositário do saber é uma tradição que está se rompendo. Com o uso das novas tecnologias todos são convidados a pensar num fazer docente que transcenda atitudes do passado, e que hoje não têm mais espaço, ressignificando assim as práticas pedagógicas instituídas.

Não se trata somente de afirmar ou negar o uso das tecnologias, a sua utilização como matérias e recursos transcende suas possibilidades como elemento didático, para trazer à tona uma série de desafios permanentes como: a articulação e desenvolvimento de pressupostos interdisciplinares, a necessidade da coordenação e constituição do trabalho docente e a renovação metodológica presentes no processo educativo.

6. Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, M.; MENEZES, L. O papel do gestor escolar na incorporação das TIC na escola: experiências em construção e redes colaborativas de aprendizagem. São Paulo, PUC – SP, 2004.

CASTRO, A. S. Tecnologias da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista, vol 27, nº 3, Belo Horizonte, 2011.

CAVALCANTE, A. Tecnologia na Escola: Um modelo de Implementação a partir da Formação de Professores. In: Revista Brasileira de Informática na Educação, 2009.

D'AMBRÓSIO, U. Tempo de Escola e tempo da Sociedade. In: Formação de Professores. São Paulo: UNESP, 1998.

DEMO, P. Educação e Qualidade. Campinas: Papirus, 1996.

DEMO, P. Ensino Superior no Século XXI: Aprender a Aprender. PUCRS, 2002/02.

FAGUNDES, L.; BASSO, M.; NEVADO, R.; BITENCOURT, J.; MENEZES, C. Amadis. Um Ambiente Virtual para apoio ao Desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem. SBIE 2005, Juiz de Fora – MG, 2005.

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

2ª versão do TCC

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Como os professores fazem uso das tecnologias disponíveis em sua prática educacional, tendo em vista a formação continuada recebida referente às mídias educacionais?

 
 

Giovana Morgan Sélia

 
 

Flávia Lopes Lobão

Giovana Morgan Sélia

Como os professores fazem uso das tecnologias disponíveis em sua prática educacional, tendo em vista a formação continuada recebida referente às mídias educacionais?

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação

Orientador

Profª. Flávia Lopes Lobão

Coordenação Central de Educação a Distância

Curso de Especialização Tecnologias em Educação


Rio de Janeiro

Janeiro de 2013

Perfil do aluno

Bacharel em Ciências Contábeis, pela Fundação Castelo Branco, graduada em Matemática pela Universidade do Grande Rio, especialista em Matemática pela Universidade da Região dos Lagos e em Mídias na Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Professora municipal de Nova Venécia – ES na área de matemática desde 2000, multiplicadora dos cursos do Proinfo Integrado no Núcleo de Tecnologia Municipal desde 2010.


Dedicatória

Dedico meu trabalho a todos os professores cursistas que participaram das formações do Proinfo onde fui multiplicadora e juntos tivemos a oportunidade de crescer em conhecimento na busca de uma educação melhor.


Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me concedido vida e saúde, aos meus familiares e colegas de trabalho pela ajuda incondicional e a professora Flávia pela sua orientação e colaboração ao realizar este trabalho.
Resumo

Este trabalho analisa o processo de formação continuada dos professores da rede municipal de Educação de Nova Venécia – ES, na área de tecnologia oferecida pela Prefeitura Municipal de Nova Venécia através da Secretaria Municipal de Educação e do Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM, em parceria com o Ministério da Educação e Cultura – MEC, e sua repercussão na prática pedagógica nas escolas municipais de Ensino Fundamental atendidas pelo Programa de Informática Educativa – PROINFO do Espírito Santo.

O objetivo é identificar a representação da informática educativa dos professores da rede municipal e o uso do computador em sua prática educativa a partir do conhecimento adquirido nas formações.

Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas com os professores através de visitas pedagógicas nas escolas e também através de relatórios trimestrais enviados ao Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM sobre a utilização dos Laboratórios de Informática Educativa.

Palavras-chave: Formação Continuada, Tecnologia, Professores, Prática Pedagógica.


SUMÁRIO

1. Introdução_ 7

2. Capítulo I – A formação continuada na área de tecnologia 8

3. Capítulo 2 – A prática de sala de aula integrando às tecnologias 14

4. Capítulo 3 – Conhecendo a EMEF “Maria Rodrigues Leite” 18

5. Conclusão_ 25

6. Referências Bibliográficas: 28

7. Anexos 30

1. Introdução

Com o objetivo de promover a inclusão digital dos professores e gestores das escolas de Educação Básica, surge a necessidade de planejar e realizar formação continuada a todos esses profissionais sobre as mídias educacionais e suas funcionalidades dentro da Educação. Percebemos, a cada dia, em sala de aula o quanto o mundo evoluiu nos últimos anos e o quanto a Educação ainda precisa evoluir para acompanhar tantas mudanças e revoluções.

Pensando no ambiente escolar há alguns anos atrás, tudo se resumia a uma sala quieta, um quadro negro e poucos livros, hoje até mesmo nas comunidades rurais mais carentes, aos poucos, vão chegando computadores, laptops, computador interativo, DVD's, lousa digital, tablets dentre outros. E como fica o professor diante de todo esse aparato de tecnologias se, na maioria das vezes, desconhece suas funções e utilizações?

Daí surge a necessidade de todos os professores participarem de formações continuadas sobre essas tecnologias para que realmente possam usufruir dessas máquinas em prol de uma Educação mais igualitária e eficaz, afinal hoje se ensina e muito se aprende na internet sobre todas as áreas do conhecimento.

1. Capítulo 1 – A formação continuada na área de tecnologia

Este trabalho visa essa reflexão sobre a prática pedagógica e a utilização dos recursos disponíveis nas escolas, levando em consideração os desafios implicados nas formações para o uso das mídias.

No Brasil, até meados dos anos 90, discutia-se sobre a inclusão ou não dos computadores na Educação Básica. Hoje isso já é uma realidade, por isso, acompanhando os avanços das mídias educativas em todos os lugares e a facilidade de acesso pelos alunos, os professores não podem mais de afastar dessas tecnologias em suas aulas e os alunos precisam vivenciar essa inclusão em todas as disciplinas.

Necessitamos de uma escola que possa superar a atual, calcada nos velhos paradigmas da civilização em crise e que ainda não conseguiu solucionar os problemas propostos pela própria modernidade. PRETTO (1996:98) complementa, afirmando que “necessitamos de uma escola não apenas fundamentada no discurso oral, que desconhece o universo audiovisual que domina o mundo contemporâneo”.

Acompanhando o quadro atual de professores, a utilização feita nos Laboratórios de Informática Educativa das escolas e as formações oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES, Como os professores fazem uso das tecnologias disponíveis em sua prática educacional, tendo em vista a formação continuada recebida referente às mídias educacionais?

O ensino em vários níveis padece de um mal bastante antigo, o mal do ensino maciçamente verbalista. Ainda hoje, nestes dias de internet, satélites e comunicação multimídia, realidade virtual e novas estratégias de ensino continuaram com uma prática docente e discente nas escolas do pré-primário a pós-graduação, teimosamente aferrada a cultura oral. (PFROMM, 1980, p.168)

O nosso maior desafio foi fazer com que os professores realmente utilizassem os recursos tecnológicos como um aliado em seus planejamentos diários, até mesmo aqueles profissionais mais tradicionais que trabalham na escola e que seguem seus programas já pré-definidos e aguardam comportamentos já esperados por suas turmas.

Segundo Demo (1996, p.14) “qualidade é a união de habilidades de manejar meios, instrumentos, formas e técnicas ao mesmo tempo em que se possui as habilidades humanas de se fazer e de fazer história”.

Precisamos manter os nossos alunos nas escolas, para isso necessitamos motivá-los, para que se interessem mais por elas, e um dos caminhos para atraí-los são as mídias. É possível criar, assim, um novo cenário de Educação, onde professores e alunos possam estar construindo juntos conhecimentos, tendo uma experiência motivadora, inovando e reconstruindo a prática pedagógica.

Vosgerau (1999, p.105) salienta que “a inserção dos recursos tecnológicos aliados as habilidades pedagógicas adequadas, poderão ter uma grande participação no aumento da qualidade do ensino, o seu uso requer planejamento e integração”. As habilidades humanas são de fundamental importância para o trabalho com as tecnologias, mas sabemos que ter acesso e habilidade não é o suficiente para garantir uma boa educação e formar cidadãos críticos. Os profissionais envolvidos com o ensino deverão buscar os profissionais envolvidos com a tecnologia, aliando-se na busca de um ensino de qualidade aos nossos professores e alunos.

Os professores recebem as formações oferecidas pelo MEC, mas muitas vezes ainda se sentem inseguros em utilizar as mídias com seus alunos, deixando de oferecer a eles muitas vezes a única oportunidade de inclusão digital. Existem também professores que ainda estão presos à quantificação do conteúdo e ao cumprimento obrigatório de todo o currículo, em detrimento da qualidade do que está sendo transmitido e absorvido pelos alunos. Os professores precisam se dá conta que podem potencializar a comunicação e a aprendizagem fazendo uso das tecnologias.

Nesse sentido, é preciso pensar que a diversificação e as mudanças de um ano para outro são muito grandes, não cabe mais, hoje, aproveitar os planejamentos de anos anteriores. Precisamos avançar muito nesse sentido ainda, buscando conhecimentos atualizados através de estudos e pesquisas, e cada vez mais aprendendo a aprender, para isso a internet é uma grande ferramenta de apoio aos docentes.

Essas e outras questões são imprescindíveis ao se planejar formações para os professores, se a intenção não for apenas apresentar as ferramentas e suas aplicações dentro das salas de aulas, independente de sua disciplina, mas, sobretudo, mostrar que as mídias, aliadas às habilidades já existentes pelos docentes, podem preparar melhor nossos alunos. Isso quer dizer, favorecer a construção de um pensamento crítico, reflexivo, potencializador de autonomia, que os ajudarão a enfrentar o mercado de trabalho tão competitivo como o de hoje, mostrando que não é suficiente apenas serem conhecedores das tecnologias por si só, mas saber fazer dela sua aliada.

Muitas coisas já estão sendo feitas para acompanhar o avanço tecnológico, profissionais ligados à educação têm pesquisado e produzido materiais didáticos digitais para apoiar à aprendizagem.

É possível encontrar uma vasta produção de softwares e páginas da Web com atividades e jogos pedagógicos muito bons, apesar de observarmos que muitos deles só possuem fins comerciais e estão descontextualizados em relação ao currículo.

Apesar de muitos investimentos dispensados pelo governo federal, estadual e municipal em projetos e formação para os professores, percebemos que o computador ainda não se difundiu como uma prática integrada na escola, sendo um fato constatado na maioria das escolas brasileiras. Nos lembra a expectativa do poder público com relação ao uso de ferramentas tecnológicas. A ideia é que possam romper com o gigantesco déficit educacional do nosso país, retratada a partir de investimentos maciços em projetos como PROINFO, Mídias na Educação, o UCA (Um Computador por Aluno) e agora os tablets. Apesar desses investimentos, ainda temos muito que avançar para que essas tecnologias sejam efetivamente incorporadas ao cotidiano escolar.

A qualidade e a aplicabilidade das formações de professores para o uso das tecnologias é uma das condições para uma implementação efetiva da mesma nas escolas. Essas formações não podem enfatizar apenas as habilidades tecnológicas e ocorrer de forma desvinculada da realidade escolar para que suas ações e resultados sejam efetivos na melhoria do ensino. As perspectivas mais recentes indicam a necessidade da formação de professores acontecerem de forma contínua, contextualizada nas práticas e voltadas ao desenvolvimento de um profissional reflexivo (Nóvoa, 1999; Zeochner 1993; Pérez Gomez, 2002; Tardif, 2002).

Nessa perspectiva da utilização das tecnologias digitais, os estudos discutem sua utilização de agregar efetivos avanços nos processos de ensino-aprendizagem (Kensky, 2007, Moran, 2000). Para isso é importante investigar como os professores estão utilizando as tecnologias em sala de aula, para que eles tenham condições de desenvolver atividades que levem o aluno a refletir e a contextualizar a aprendizagem adquirida na escola com as situações vividas em seu cotidiano. Almeida (2005) discute que a utilização de diversas mídias pode contribuir para que os alunos exerçam a função de um construtor de significados. A autora enfatiza que o conhecimento do professor é fundamental para que a tecnologia seja utilizada de acordo com os objetivos da atividade. Investir na formação de professores implica em desenvolver um trabalho em que as mídias serão utilizadas de forma a garantir um trabalho baseado na reflexão das principais ferramentas, funções e estruturas das tecnologias.

Fagundes (2005) aponta que apesar do desenvolvimento de diversas ferramentas, ainda se faz necessário pesquisar como os professores trabalham com as tecnologias.

Fernandes (2009) apresenta em sua pesquisa o professor como agente ativo na implementação de tecnologia na escola, sendo esse capaz de superar as dificuldades de ordem tecnológica e pedagógica no ensino.

A comunicação entre os educadores, escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; dar subsídios para a tomada de decisões, a partir da criação de um fluxo de informações e troca de experiências; produzir atividades colaborativas que permitam o enfrentamento de problemas da realidade escolar. (ALMEIDA; MENEZES, 2004, p.1).

Segundo artigo do Especialista em Docência do Ensino Superior e Educação a Distância Roberto Carlos da Fonseca, publicado na Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância:

A necessidade do educando na busca de novas perspectivas e uma formação adequada enseja o caráter motivador e este por sua vez requer do educador a contrapartida na busca de atendimento constante e focado nas dificuldades e anseios de seu alunado, sempre buscando a melhor ferramenta e a abordagem propícia a cada pessoa ou grupo de interesse ou de trabalho. (2010, vol 9)

Publicado na Revista Brasileira de Informática na Educação, as professoras Melissa Picchi Zambon, Deisy das Graças de Souza e Tânia Maria Santana de Rose, dizem que “quando um recurso pedagógico é apresentado ao professor, este tende a fazer um julgamento sobre como aquilo pode ser relevante para o seu trabalho e para atingir suas metas em sala de aula”. Tal julgamento é baseado em crenças e valores prévios e afetará a forma como o novo recurso será utilizado em seu cotidiano. Assim, é importante que as TIC sejam apresentadas ao professor de forma contextualizada e significativa para que ele possa ter claro como elas se relacionam aos seus objetivos na escola e de que forma podem contribuir na aprendizagem dos alunos.

Os artigos lidos retratam sobre as formações recebidas pelos professores, sejam na modalidade EAD ou presencial, e como isso está sendo aplicado ou não nas suas salas de aula. Percebe-se que apesar de serem muitas as possibilidades do uso das TIC no contexto educacional, seu potencial ainda precisa ser mais amplamente explorado. Observa-se também que se fala sobre como a utilização orientada e bem sucedida nas formações pode favorecer os professores no sentido de maximizarem sua capacidade sobre o uso das tecnologias em suas atividades docentes diárias, aumentando as chances de que as TIC sejam efetivamente utilizadas com sucesso nas escolas.

2. Capítulo 2 – A prática de sala de aula integrando às tecnologias

Acompanhando toda essa discussão em torno das tecnologias na Educação, trabalhando no Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora e sendo aluna do curso de especialização Tecnologias na Educação, desenvolvi durante o ano de 2012 formações aos profissionais da educação do município de Nova Venécia. Nosso objetivo principal era contribuir para a inclusão digital desses profissionais, buscando motivá-los, familiarizá-los e prepará-los para utilizarem todos os serviços e recursos disponíveis pelas mídias encontradas em suas escolas. Também era nossa intenção levá-los a refletir sobre a importância das tecnologias nos dias atuais e o impacto que essas tecnologias digitais trazem para a nossa sociedade em geral, refletindo em nossos alunos nas salas de aula.

Conhecer um novo sistema operacional, no nosso caso o Linux Educacional, foi o nosso maior desafio encontrado, principalmente por ser um sistema desconhecido tanto por parte dos alunos como por parte dos professores, e ainda deixando a desejar em alguns aspectos. Porém, esse sistema possui alguns recursos disponíveis gratuitamente que fizeram e fazem a grande diferença em algumas escolas que ainda não possuem conexão de internet, recursos esses que são: Conteúdos Educacionais, Domínio Público, TV ESCOLA, Portal do Professor, Programas Educacionais, Objetos Educacionais, dentre outros.

Durante todas as formações oferecidas procuramos demonstrar que o conhecimento técnico das máquinas e seus aplicativos, do sistema operacional e tudo o que ele oferece, são muito importantes na prática pedagógica, mas sempre buscamos estimular os professores a refletirem sobre o porquê e para quê utilizar essas tantas tecnologias. Assim, poderiam desenvolver atividades significativas na sua prática docente, mesmo necessitando de uma adequação para as diversas realidades encontradas no município.

Planejar formações envolvendo as tecnologias não é tarefa fácil, pois numa mesma turma encontraremos sempre níveis de conhecimentos e de apropriações tecnológicas bem diferentes, desde aqueles professores que não sabem colocar um acento nas palavras, até aqueles profissionais que já desenvolvem atividades temáticas e projetos vinculados ao seu currículo e planejamento. Nosso desafio é grande no sentido de buscar e promover equilíbrio e integração entre os cursistas, incentivando as habilidades e reconhecendo as diferenças e dificuldades de cada um. Essa realidade diversa com relação à apropriação das tecnologias, os professores também encontram com relação aos alunos. Uns são mais sabidos e autônomos, outros menos e da mesma maneira, os professores deverão saber lidar com essas diferenças encontradas em sala de aula para que ao final todos consigam fazer as atividades propostas.

As aulas são preparadas para potencializar as contribuições individuais, em duplas ou coletivas, de acordo com os objetivos propostos das atividades e da relação entre o número de cursistas e o número de máquinas disponíveis. As trocas de experiências, de opiniões entre os cursistas, o compartilhamento das facilidades e dificuldades são momentos riquíssimos para se aprender e ensinar.

É importante que nas formações os professores sejam estimulados a refletir sobre as mudanças que hoje encontramos em nossas salas de aula, diferentes de alguns anos atrás, buscando assim tomar consciência do seu papel de educador nesse processo e também do papel das tecnologias na vida cotidiana dos alunos. A construção do conhecimento pode ser feita a partir dessa conscientização, se os professores participarem efetivamente desse processo, contribuindo assim para que a qualidade do ensino melhore e incluindo socialmente os alunos. As tecnologias educacionais têm um grande potencial de promover e intensificar o processo ensino-aprendizagem, e os profissionais da educação, tanto os professores como os gestores, precisam se valer desses instrumentos para que a aprendizagem seja realmente mais ativa, colaborativa, interagindo efetivamente com o que se passa dentro da escola e o que está fora da escola.

A cada formação concluída percebe-se o crescimento dos professores, maior autonomia e segurança em relação ao manuseio das máquinas, mas principalmente em suas atuações nas salas de aula, promovendo e desenvolvendo atividades e projetos vinculados as tecnologias, permitindo aos alunos se fortalecerem na aprendizagem e incluindo-os na educação digital.

É fato, para que efetivamente ocorra essa inclusão digital dos professores e gestores escolares, surge a necessidade de oferecer a tais profissionais formações relacionadas às mídias educacionais e suas funcionalidades. É necessário orientá-los sobre a vasta produção de softwares e páginas da web com várias possibilidades de atividades e jogos pedagógicos. Esses materiais podem agregar ao currículo escolar e, sobretudo, favorecer aos professores a postura crítica e a predisposição para uma aprendizagem permanente que otimizem o processo de construção do conhecimento.

Importante destaque foi dado sobre a necessidade de se construir uma postura crítica em relação ao uso das tecnologias e suas contribuições para o ensino, bem como o fortalecimento da predisposição de uma aprendizagem permanente enquanto professor.

Durante os cursos surgiram várias dificuldades relacionadas as mais diversas realidades, e essa troca de experiências tornou-se ao final um grande aprendizado, fortalecendo a todos e enriquecendo suas práticas

Porém, o nosso contato com os professores se reduzia apenas às aulas presenciais no NTM, surgindo uma necessidade de acompanharmos mais de perto o que eles estavam aplicando em salas de aula, ou seja, o conhecimento adquirido durante as formações. Passamos, então, a acompanhar melhor esses profissionais em suas atuações nas escolas, através de relatórios bimestrais enviados ao NTM, e através de visitas pedagógicas realizadas periodicamente em todas as escolas do município.

Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca de um ensino melhor.

Todo esse trabalho no núcleo refere-se à inserção das tecnologias na sociedade contemporânea e como isso reflete no ambiente escolar. A partir desse pressuposto analisamos a formação dos docentes e esse feedback com os alunos, fortalecendo a necessidade da renovação e ressignificação das práticas pedagógicas de sala de aula.

Nesta perspectiva, percebe-se que a intensificação do uso das tecnologias na educação, expressa novas atitudes e dinâmicas sociais na produção, desenvolvimento e socialização do conhecimento.

O trabalho situa-se na discussão da utilização das multimídias, considerando os variados aspectos encontrados e os elementos que permitem essa utilização e as influências de todo esse processo na formação e organização do trabalho docente.

3. Capítulo 3 – Conhecendo a EMEF “Maria Rodrigues Leite”

Como formadora do Proinfo no município, trabalho com os professores de todas as escolas municipais da zona urbana e rural porém, para realizar esta pesquisa, foquei na EMEF “Maria Rodrigues Leite”, pois tive a oportunidade de acompanhar mais de perto os desdobramentos no trabalho pedagógico dos professores a partir das contribuições que tiveram nas três formações oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal.

EMEF “Maria Rodrigues Leite” é uma escola Pólo de Alfabetização, onde são atendidos alunos do 1º ao 3º ano das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Seus alunos são de classe média com razoável poder aquisitivo. A escola possui um laboratório de informática educativa LIED, com 17 computadores do Proinfo funcionando no sistema Linux Educacional 2.0 e 10 computadores, que foram doação de uma empresa internacional de café.

O uso do Laboratório de Informática Educativa na EMEF “Maria Rodrigues Leite” é utilizado intensamente, são ministradas 5 aulas por dia, durante os 5 dias da semana, isso para cada turno de funcionamento. Cada turma da escola é atendida duas vezes por semana conforme um horário específico elaborado pela professora mediadora do laboratório, formada em Processamento de Dados. Isso faz com que todos os professores da escola utilizem semanalmente o LIED, proporcionando aulas mais atrativas, tornando assim uma rotina e um diferencial para o uso das tecnologias na escola em todo o município. A professora do Laboratório de Informática participa semanalmente dos planejamentos dos professores, onde são repassados a ela os conteúdos que serão tratados durante a semana e o que a professora da sala de aula espera que seja estudado e intensificado nas aulas de informática. Basicamente a professora do Laboratório pesquisa, analisa, busca atividades, jogos, textos, vídeos e outros recursos adequados aquela turma e aquele conteúdo conduzido pela professora regente. As aulas no Laboratório são de expressa responsabilidade da professora do Laboratório, mas com acompanhamento da professora docente de sala de aula, para uma ajuda mútua em relação à disciplina e em alguns aspectos que podem surgir durante as aulas. A cada aula dada no Laboratório de Informática Educativa – LIED, os professores regentes preenchem um relatório de acompanhamento sobre a aula, o conteúdo, os recursos utilizados, a aprendizagem realizada, os problemas e dificuldades encontradas, que ao final de cada trimestre é enviado ao Núcleo de Tecnologia Municipal para acompanhamento e controle de utilização, juntamente com todos os projetos desenvolvidos pela escola durante o trimestre.

A escola conta com um quadro de 10 professores efetivos e 11 professores contratados. Para a contratação dos professores em designação temporária, todos os candidatos, além de possuírem os requisitos básicos necessários para assumirem aquela escola, como graduação e especialização, também precisam ter um perfil pré-estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação para professores de alfabetização - todos são aprovados ou não através de uma entrevista.

Durante os anos de 2010, 2011 e 2012, os professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”, participaram das formações oferecidas pelo NTM-NV e também fizeram suas especializações conforme mostra as tabelas abaixo.

Graduações de todos os professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” no ano de 2012.

Tabela 1 – Formação Acadêmica dos Professores

Graduação

Total

Pedagogia

16

Educação Física

2

Normal Superior

1

Inglês

1

Processamento de Dados

1

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Figura 1 - Especializações concluídas pelos professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” durante o ano de 2012.

Tabela 2 – Formação Acadêmica de Professores – Lato Sensu

Pós-Graduação (Lato Sensu)

Total

Educação Infantil e Séries Iniciais

14

Educação Física Escolar

1

Supervisão, Gestão e Orientação Escolar

4

Inglês

1

Informática Educativa

1

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Figura 2 – Formação acadêmica de professores (Lato Sensu).

Cursos do Proinfo Integrado oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal durante os anos de 2010, 2011 e 2012, concluídos pelos professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”.

Tabela 3 – Cursos de formação do Proinfo Integrado

Cursos de Formação Continuada

Total

Introdução à Educação Digital

16

Tecnologias na Educação

18

Elaboração de Projetos

11

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Figura 3 - Cursos de formação do Proinfo Integrado

Essa pesquisa foi realizada sobre as formações dos professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite” que atuaram na escola durante o ano de 2012. As tabelas servem de análise sobre essas formações e seu quantitativo. Observa-se que todos os professores possuem curso superior e especialização na sua área. Mostra também a quantidade de professores que fizeram os 3 cursos do Proinfo oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal, durante os anos de 2010, 2011 e 2012. O curso Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC, teve uma quantidade maior de professores devido a sua carga horária ser maior (100h) e ser oferecido no contra turno oportunizando a todos os interessados a fazê-lo.

È importante ressaltar as mudanças que os professores obtiveram ao realizar as formações do Proinfo, aprendendo a conhecer e a utilizar melhor as tecnologias, e participando mais ativamente das aulas dadas no Laboratório de Informática.Essa pesquisa se tornou relevante para meu trabalho pois acredito que foi a partir das formações continuadas recebidas pelos professores que a utilização do Laboratório se intensificou e passou a ser não imposta, mas um diferencial nas aulas e nos planejamentos de todos os professores.

A professora K.G.M.G. ao se referir sobre suas aulas diz “minha prática pedagógica tornou-se muito mais efetiva a partir dos meus conhecimentos adquiridos nos 3 cursos que tive a oportunidade de fazer do Proinfo dado pelo NTM. Hoje me sinto muito mais confiante e segura em relação aos computadores e posso ajudar mais a professora de informática durante as aulas no LIED. Ensino e aprendo ao mesmo tempo, e realmente é muito bom, pois aprendi a gostar do laboratório de informática tanto quanto meus alunos de 8 anos”.

Como a pergunta inicial desse trabalho era saber como estão sendo aplicados na prática diária os conhecimentos adquiridos pelos professores durante e após as formações recebidas também foi realizada visitas a EMEF “Maria Rodrigues Leite” nos turnos matutino e vespertino, acompanhando esses professores com suas turmas junto ao Laboratório de Informática.

Foram realizadas ao todo 13 visitas, durante o período de agosto a dezembro de 2012, sendo 7 no turno matutino e 6 no período vespertino. As visitas eram basicamente dentro do Laboratório e acompanhávamos os professores e sua atuação naquele ambiente, bem como a interação dos alunos com o Sistema Operacional e a máquina.

Durante a pesquisa realizada a professora M. G. S. do 3º ano do período vespertino se refere as aulas do Laboratório de Informática Educativa da seguinte maneira: “Há muita interação entre os alunos durante as aulas, mesmo com número suficiente de máquinas, uma para cada aluno e eles se comunicam sobre as atividades desenvolvidas com bastante empolgação”.

As formações oferecidas aos professores no Núcleo de Tecnologia Municipal também abrange os professores bidocentes que são os profissionais responsáveis pela alfabetização dos alunos portadores de necessidades especiais da rede municipal, favorecendo assim que os alunos especiais também participem das aulas do laboratório juntamente com todos os colegas da turma, porém acompanhados de uma professora especial. Assim a professora I. S. S. S. diz sobre suas aulas; “Para os alunos com necessidades especiais é muito importante porque é um suporte a mais ára o seu aprendizado, dando sequência aos conteúdos desenvolvidos na sala de aula, eles sentem-se mais motivados e com vontade de aprender mais. A professora de informática é muito capacitada, têm domínio de conteúdo e muito carisma com os alunos especiais e com os outros também. O aluno L. F. não tem capacidade motora fina e futuramente ele vai ter que se adaptar ao mundo da informática, só precisa terminar o processo de alfabetização, e as aulas no LIED estão ajudando muito. A aluna F. devido a linguagem oral apresenta dificuldade de compreensão, mas essas dificuldades vêm sendo superadas no decorrer das aulas”.

A partir de todas as aulas dadas durante o 3º trimestre de 2012, foi realizado um relatório de acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas durante esse período que segue em anexo.

4. Conclusão

Percebemos que sobre as tantas mudanças ocorrendo dentro das escolas, alguns profissionais veem isso como um grande problema, outros algo inevitável. Ainda assim precisamos buscar nos apropriar da melhor maneira, como diz Demo, 2000c:

A inovação advinda do conhecimento é hermeneuticamente circular, ou seja, ao mesmo tempo que é aquilo que a tudo inova, também é aquilo que mais depressa envelhece; assim, o cerne da vida profissional é sua renovação permanente, não estoque estático de conhecimento; é preciso, impreterivelmente, saber reconstruir conhecimento, não permanecer apenas ao nível instrucionista da transmissão.

Todo esse processo de mudanças na educação não é fácil, nem uniforme e vai acontecendo aos poucos, por isso a postura do professor é tão importante para que o diálogo se estabeleça no ambiente digital. Deve ser confiante no sujeito que aprende e em si mesmo, fortalecendo laços e aumentando a motivação. Moram (2003, p.23) fala da “importância de motivar alunos para o curso, criar boas expectativas, estabelecer laços de confiança, facilitando o processo de aprendizagem”.

As tecnologias digitais estão presentes em toda a sociedade contemporânea, alterando o nosso modo de vida e nos fazendo dependentes dessas ferramentas. Tal incorporação repercute em nossas ações, modos de pensar, modos de conhecer, modos de comunicar e em nossas relações com o outro, com o mundo e com o conhecimento. A educação não fica alheia a isso, assim se faz necessário adaptar as práticas pedagógicas de sala de aula às tecnologias disponíveis na escola

É importante pensar e refletir também que não basta ter uma grande quantidade de informação; é necessário que essa informação seja transformada em conhecimento, contribuindo assim para a autonomia do sujeito, por isso é tão importante despertar a criticidade nos alunos e professores.

Para Munhoz (2002, p.42), “a utilização de tecnologia na educação não é uma novidade”, a autora ressalta ainda “que a sua utilização intensiva exige cuidados especiais na formação dos professores que atuam nesses ambientes”, e também fala da necessidade de “um acompanhamento da equipe gestora das escolas para garantir padrões mínimos de qualidade na educação”.

Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca de um ensino melhor.

Ao reconhecer que a profissão docente surge com o advento da organização dos sistemas educativos modernos, impulsionados pelas transformações nos modos de produção e nas transformações sociais advindas daí, damos o passo inicial para compreender as determinações que a caracterizam. No passado, a ocupação docente, a formação profissional e a identidade profissional e a identidade profissional do professor estiveram marcadas pela modéstia de conteúdo cultural, pois a ele cabia transmitir os códigos mínimos de leitura e escrita e da matemática.

Não podemos perder de vista, então, a dimensão pública da profissão do docente na sociedade contemporânea e sua capacidade profissional adquirida e validade pelo sistema. Assim:

A profissão docente, ainda que, como quase todas as demais profissões, pode ser exercida de forma autônoma, significativamente, é uma profissão assalariada cujo exercício está predefinido por quem a contrata que também determina sua relativa autonomia no exercício do poder que lhe atribui. O conhecimento do prestígio social que a sociedade outorga a essa profissão, do nível econômico em que a situa o valor de troca e do lugar relativo que ocupa sua formação sobre uma escala de cultura, permite seu estrato social e, última instância, a mobilidade social ascendente ou descendente que a afeta. (Fernandes de Castro, 1995, p.96).

Nesse cenário de hoje, cheio de mudanças, a ideia do professor como depositário do saber é uma tradição que está se rompendo. Com o uso das novas tecnologias todos são convidados a pensar num fazer docente que transcenda atitudes do passado que hoje não têm mais espaço, ressignificando assim as práticas pedagógicas instituídas.

Não se trata somente de afirmar ou negar o uso das tecnologias, a sua utilização como matérias e recursos transcende suas possibilidades como elemento didático, para trazer a tona uma série de desafios permanentes como a articulação e desenvolvimento de pressupostos interdisciplinares, a necessidade da coordenação e constituição do trabalho docente e a renovação metodológica presentes no processo educativo.

5. Referências Bibliográficas:

CAVALCANTE, A. Tecnologia na Escola: Um modelo de Implementação a partir da Formação de Professores. In: Revista Brasileira de Informática na Educação, 2009.

D'AMBRÓSIO, U. Tempo de Escola e tempo da Sociedade. In: Formação de Professores. São Paulo: UNESP, 1998.

DEMO, P. Educação e Qualidade. Campinas: Papirus, 1996.

DEMO, P. Ensino Superior no Século XXI: Aprender a Aprender. PUCRS, 2002/02.

FAGUNDES, L.; BASSO, M.; NEVADO, R.; BITENCOURT, J.; MENEZES, C. Amadis. Um Ambiente Virtual para apoio ao Desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem. SBIE 2005, Juiz de Fora – MG, 2005.

FERNANDES, A. C.; FREIRE, R. S.; LIMA, L. L. V. Implementação e observação de práticas pedagógicas com o uso de Objetos de Aprendizagem na Escola. Workshop sobre a Informática na Escola. 2008, Belém- PA. Proceedings of XXVIII Congresso da SBC, 2007.

FREITAS, E. R. N.; BICALHO, M. G. P.; SOUZA, M. C. R. F.; NETTO, C.M. Informática e educação no ensino superior; reflexões sobre a relação com o saber de estudantes de cursos da área de computação, RBIE volume 20, número 2, 2012.

FONSECA, R. C. A prática docente a partir da interatividade nos ambientes virtuais de aprendizagem, ABED, 2010.

PFROMM, S. N. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador. Campinas: Alínea, 1998.

PRETTO, N. L. Uma escola sem/com futuro – Educação e Multimídia. Campinas: Papirus, 1996.

SOEK, A. M.; HARACEMIV, S. M. C. O professor/tutor e as relações de ensino e aprendizagem na educação a distância. RBDA, volume 7 – 2008.

VASGERAU, D. S. R. A importância da utilização dos recursos tecnológicos nos cursos de formação de professores, PUC – PR, 1999.

VIEIRA, R. S. O papel das tecnologias da informação e comunicação na educação a distância: um estudo sobre a percepção do professor/tutor, ABED, 2011.

XAVIER, S. L. C. A afetividade nas inter-relações professores e alunos no ambiente digital – ABED – volume 6 – 2007.

ZAMBON, M. P.; SOUZA, D. G.; ROSE, T. M. S. Autoeficácia e experiência de professores no uso de tecnologias de informática. In: Revista Brasileira de Informática na Educação. Volume 20. Número 2, 2012.

6. Anexos

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

1ª versão do TCC



Nome: Giovana Morgan Sélia
Grupo: 04TCC
Trabalho de Conclusão de Curso
Com o objetivo de promover a inclusão digital dos professores e gestores das escolas de Educação Básica, surge a necessidade de planejar e realizar formação continuada a todos esses profissionais sobre as mídias educacionais e suas funcionalidades dentro da Educação. Percebemos a cada dia em sala de aula o quanto o mundo evoluiu nos últimos anos e o quanto a Educação ainda precisa evoluir para acompanhar tantas mudanças e revoluções.
Pensando no ambiente escolar alguns anos atrás, tudo se resumia a uma sala quieta, um quadro negro e poucos livros, hoje até mesmo nas comunidades rurais mais carentes têm chegado computadores, laptops, computador interativo, DVD's, lousa digital, tablets dentre outros. E como fica o professor diante de todo esse aparato de tecnologias, sendo que, na maioria das vezes, desconhece suas funções e utilizações?
Daí surge a necessidade de todos os professores participarem de formações continuadas sobre essas tecnologias para que realmente possam usufruir dessas máquinas em prol de uma Educação mais igualitária e eficaz, afinal hoje se ensina e muito se aprende na internet sobre todas as áreas do conhecimento.
Este trabalho visa essa reflexão sobre a prática pedagógica e a utilização dos recursos disponíveis nas escolas, levando em consideração os desafios implicados nas formações para o uso das mídias.
No Brasil, até meados dos anos 90, discutia-se sobre a inclusão ou não dos computadores na Educação Básica. Hoje isso é uma realidade, por isso, acompanhando os avanços das mídias educativas em todos os lugares e a facilidade de acesso pelos alunos, os professores não podem mais de afastar dessas tecnologias em suas aulas, afinal é realidade e os alunos precisam vivenciar essa inclusão em todas as disciplinas.
Necessitamos de uma escola que possa superar a atual calcada nos velhos paradigmas da civilização em crise e que ainda não conseguiu solucionar os problemas propostos pela própria modernidade. PRETTO (1996:98) complementa, afirmando quenecessitamos de uma escola não apenas fundamentada no discurso oral, que desconhece o universo audiovisual que domina o mundo contemporâneo”.
Acompanhando o quadro atual de professores, a utilização feita nos Laboratórios de Informática Educativa das escolas e as formações oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES,  foi proposta a seguinte questão: Como os professores fazem uso das tecnologias disponíveis em sua prática educacional, tendo em vista a formação continuada recebida referente às mídias educacionais?
                                     
O ensino em vários níveis padece de um mal bastante antigo, o mal do ensino maciçamente verbalista. Ainda hoje, nestes dias de internet, satélites e comunicação multimídia, realidade virtual e novas estratégias de ensino continuaram com uma prática docente e discente nas escolas do pré-primário a pós-graduação, teimosamente aferrada a cultura oral. (PFROMM, 1980, p.168)

            O grande desafio encontrado foi fazer com que realmente sejam utilizados os recursos tecnológicos pelos professores em suas aulas, até mesmo por aqueles profissionais mais tradicionais, que seguem os programas pré-definidos e aguardam comportamentos já esperados por suas turmas, buscando assim uma melhor qualidade na Educação como um todo.
Segundo Demo (1996, p.14) “qualidade é a união de habilidades de manejar meios, instrumentos, formas e técnicas ao mesmo tempo em que se possui as habilidades humanas de se fazer e de fazer história”.
 Precisamos manter os nossos alunos nas escolas, para isso necessitamos motivá-los para que se interessem mais por elas, e um dos caminhos para atraí-los são as mídias, construindo assim um novo cenário de Educação, onde professores e alunos possam estar construindo juntos conhecimentos, nessa divertida experiência, inovando e reconstruindo a prática pedagógica.
 VOSGERAU (1999, p.105) salienta que “a inserção dos recursos tecnológicos aliados as habilidades pedagógicas adequadas, poderão ter uma grande participação no aumento da qualidade do ensino, o seu uso requer planejamento e integração”. As habilidades humanas são de fundamental importância para o trabalho com as tecnologias e ter acesso e habilidade não é o suficiente para garantir uma boa educação e formar cidadãos críticos. Os profissionais envolvidos com o ensino buscarão os profissionais envolvidos na tecnologia, aliando-se na busca de um ensino de qualidade aos nossos professores e alunos.
Os professores recebem as formações oferecidas pelo MEC, mas muitas vezes ainda se sentem inseguros em utilizar as mídias com seus alunos, deixando de oferecer a eles muitas vezes a única oportunidade de inclusão digital. Existem também professores que ainda estão presos a quantificação do conteúdo e o cumprimento obrigatório de todo o currículo, em detrimento da  qualidade do que está sendo transmitido e absorvido pelos alunos. Os professores precisam se dar conta que podem potencializar a comunicação e a aprendizagem fazendo uso das tecnologias.
A diversificação e as mudanças de um ano para outro são muito grandes, não cabe mais hoje aproveitar os planejamentos de anos anteriores. Precisamos avançar muito nesse sentido ainda, buscando conhecimentos atualizados através de estudos e pesquisas, e cada vez mais aprendendo a aprender, e nesse sentido a internet é uma grande ferramenta de apoio aos docentes.
Essas e outras questões são imprescindíveis ao se planejar formações para os professores, para que se possa não apresentar as ferramentas e suas aplicações dentro das salas de aulas, independente de sua disciplina, mas, sobretudo mostrar que as mídias, aliadas às habilidades existentes pelos docentes, podem preparar melhor nossos alunos para enfrentar o mercado de trabalho tão competitivo como o de hoje, mostrando que não é suficiente apenas serem conhecedores das tecnologias por si só, mas saber fazer dela sua aliada.
Muitas coisas estão sendo feitas para acompanhar o avanço tecnológico, profissionais ligados à educação têm pesquisado e produzido materiais didáticos digitais para apoiar à aprendizagem.
É possível encontrar uma vasta produção de softwares e páginas da Web com atividades e jogos pedagógicos muito bons, apesar de observarmos que muitos deles só possuem fins comerciais e  estão  descontextualizados em relação ao currículo.
Apesar de todos os investimentos dispensados, entre projetos e formação para os professores, o computador ainda não se difundiu como prática integrada na escola, um fato constatado tanto na esfera nacional quanto internacional (AREA, 2002, e SANCHO, 2006). Behar  (2009) menciona a expectativa do poder público de que o uso de ferramentas tecnológicas rompam com o gigantesco déficit educacional do nosso país, retratada a partir de investimentos maciços em projetos como PROINFO, Mídias na Educação, o UCA (Um Computador por Aluno) e agora os tablets. Apesar desses investimentos, ainda temos muito que avançar para que essas tecnologias sejam efetivamente  incorporadas ao cotidiano escolar.
A qualidade e a aplicabilidade das formações de professores para o uso das tecnologias é uma das condições para uma implementação efetiva da mesma nas escolas. Essas formações não podem enfatizar apenas as habilidades tecnológicas e ocorrer de forma desvinculada da realidade escolar para que suas ações e resultados sejam efetivos na melhoria do ensino. As perspectivas mais recentes indicam a necessidade da formação de professores acontecerem de forma contínua, contextualizada nas práticas e voltadas ao desenvolvimento de um profissional reflexivo (NÓVOA, 1999; ZEICHNER 1993; PÉREZ GÓMEZ, 2002; TARDIF, 2002).
Nessa perspectiva da utilização das tecnologias digitais, os estudos discutem sua utilização de agregar efetivos avanços nos processos de ensino-aprendizagem (KENSKY, 2007, MORAN, 2000). Para isso é importante investigar como os professores estão utilizando as tecnologias em sala de aula, para que eles tenham condições de desenvolver atividades que levem o aluno a refletir e a contextualizar a aprendizagem adquirida na escola com as situações vividas em seu cotidiano.  Almeida (2005) discute que a utilização de diversas mídias pode contribuir para que os alunos exerçam a função de um construtor de significados. A autora enfatiza que o conhecimento do professor é fundamental para que a tecnologia seja utilizada de acordo com os objetivos da atividade. Investir na formação de professores implica em desenvolver um trabalho em que as mídias serão utilizadas de forma a garantir um trabalho baseado na reflexão das principais ferramentas, funções e estruturas das tecnologias.
Fagundes (2005) aponta que apesar do desenvolvimento de diversas ferramentas, ainda se faz necessário pesquisar como os professores trabalham com as tecnologias.
Fernandes (2009) apresenta em sua pesquisa o professor como agente ativo na implementação de tecnologia na escola, sendo esse capaz de superar as dificuldades de ordem tecnológica e pedagógica no ensino.  
A comunicação entre os educadores, escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; dar subsídios para a tomada de decisões, a partir da criação de um fluxo de informações e troca de experiências; produzir atividades colaborativas que permitam o enfrentamento de problemas da realidade escolar. (ALMEIDA; MENEZES, 2004, p.1).

Segundo artigo do Especialista em Docência do Ensino Superior e Educação a Distância Roberto Carlos da Fonseca, publicado na Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância:
A necessidade do educando na busca de novas perspectivas e uma formação adequada enseja o caráter motivador e este por sua vez requer do educador a contrapartida na busca de atendimento constante e focado nas dificuldades e anseios de seu alunado, sempre buscando a melhor ferramenta e a abordagem propícia a cada pessoa ou grupo de interesse ou de trabalho. (2010, vol 9)

Publicado na Revista Brasileira de Informática na Educação, as professoras Melissa Picchi Zambon, Deisy das Graças de Souza e Tânia Maria Santana de Rose, dizem que “quando um recurso pedagógico é apresentado ao professor, este tende a fazer um julgamento sobre como aquilo pode ser relevante para o seu trabalho e para atingir suas metas em sala de aula”. Tal julgamento é baseado em crenças e valores prévios e afetará a forma como o novo recurso será utilizado em seu cotidiano. Assim, é importante que as TIC sejam apresentadas ao professor de forma contextualizada e significativa para que ele possa ter claro como elas se relacionam aos seus objetivos na escola e de que forma podem contribuir na aprendizagem dos alunos.
Todos os artigos analisados retratam sobre as formações recebidas pelos professores, sejam na modalidade EAD ou presencial, e como isso está sendo aplicado ou não nas suas salas de aula. Percebe-se que apesar de serem muitas as possibilidades do uso das TIC no contexto educacional, seu potencial ainda precisa ser mais amplamente explorado. Observa-se também que em todos os textos lidos fala-se sobre como a utilização orientada e bem sucedida nas formações podem favorecer os professores a maximizar sua capacidade sobre o uso das tecnologias em suas atividades docentes diárias, aumentando as chances de que as TIC sejam efetivamente utilizadas com sucesso nas escolas.
Acompanhando toda essa evolução tecnológica na Educação, trabalhando no Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora e sendo aluna do curso de especialização Tecnologias na Educação, desenvolvi durante o ano de 2012 formações aos profissionais da educação do município de Nova Venécia. Nosso objetivo principal era contribuir para a inclusão digital desses profissionais, buscando motivá-los, familiarizá-los e prepará-los para utilizar todos os serviços e recursos disponíveis pelas mídias encontradas em suas escolas. Também era nossa intenção levá-los a refletir sobre a importância das tecnologias nos dias atuais e o impacto que essas tecnologias digitais trazem para a nossa sociedade em geral, refletindo em nossos alunos nas salas de aula.
Conhecer um novo sistema operacional, no nosso caso o Linux Educacional, foi o nosso maior desafio encontrado, principalmente por ser um sistema desconhecido tanto por parte dos alunos como por parte dos professores, e ainda deixando a desejar em alguns aspectos. Porém, esse sistema possui alguns recursos disponíveis gratuitamente que fizeram e fazem a grande diferença em algumas escolas que ainda não possuem conexão de internet, recursos esses que são: Conteúdos Educacionais, Domínio Público, TV ESCOLA, Portal do Professor, Programas Educacionais, Objetos Educacionais dentre outros.
Durante todas as formações oferecidas procuramos demonstrar que o conhecimento técnico das máquinas e seus aplicativos, do sistema operacional e tudo o que ele oferece é muito importante na prática pedagógica, mas sempre buscamos estimular os professores a refletir sobre o porquê e para quê utilizar essas tantas tecnologias. Assim, poderiam desenvolver atividades significativas na sua prática docente, mesmo necessitando de uma adequação para as diversas realidades encontradas no município.
Planejar formações envolvendo as tecnologias não é tarefa fácil, pois numa mesma turma encontraremos sempre níveis de conhecimentos e de apropriações tecnológicas bem diferentes, desde aqueles que não sabem colocar um acento nas palavras, até aqueles profissionais que já desenvolvem atividades temáticas e projetos vinculados ao seu currículo e planejamento. Nosso desafio é grande no sentido de buscar e promover equilíbrio entre os cursistas, incentivando as habilidades e reconhecendo as diferenças e dificuldades de cada um. As aulas são preparadas para potencializar as contribuições individuais, em duplas ou coletivas, de acordo com os objetivos propostos das atividades e da relação entre o número de cursistas e o número de máquinas disponíveis. As trocas de experiências, de opiniões entre os cursistas, o compartilhamento das facilidades e dificuldades são momentos riquíssimos para se aprender e ensinar.
É importante que nas formações os professores sejam estimulados a refletir sobre as mudanças que hoje encontramos em nossas salas de aula, diferentes de alguns anos atrás, buscando assim tomar consciência do seu papel de educador nesse processo e também do papel das tecnologias na vida cotidiana dos alunos. É importante compreender que a construção do conhecimento pode ser feita a partir dessa conscientização, participando efetivamente desse processo, contribuindo assim para que a qualidade do ensino melhore e incluindo socialmente os alunos. As tecnologias educacionais têm um grande potencial de promover e intensificar o processo ensino-aprendizagem, e os profissionais da educação, tanto os professores como os gestores precisam se valer desses instrumentos para que a aprendizagem seja realmente mais ativa, colaborativa e interaja efetivamente com o que se passa dentro da escola e o que está fora da escola.
A cada formação concluída percebe-se o crescimento dos professores, sua autonomia e segurança em relação ao manuseio das máquinas, mas principalmente em suas atuações nas salas de aula, promovendo e desenvolvendo atividades e projetos vinculados as tecnologias, permitindo aos alunos se fortalecerem na aprendizagem e incluindo-os na educação digital.
As tecnologias digitais estão presentes em toda a sociedade contemporânea, alterando o nosso modo de vida e nos fazendo dependentes dessas ferramentas. Tal incorporação repercute em nossas ações, modos de pensar, modos de conhecer, modos de comunicar e em nossas relações com o outro, com o mundo e com o conhecimento. A educação não fica alheia a isso, assim se faz necessário adaptar as práticas pedagógicas de sala de aula às tecnologias disponíveis na escola.
Para que efetivamente ocorra essa inclusão digital dos professores e gestores escolares, surge a necessidade de oferecer a tais profissionais formações relacionadas às mídias educacionais e suas funcionalidades. É necessário  orientá-los sobre a vasta produção de softwares e páginas da web com várias possibilidades de atividades e jogos pedagógicos. Esses materiais podem agregar ao seu currículo escolar e, sobretudo, favorecer aos professores uma postura crítica e uma predisposição para uma aprendizagem permanente que otimize o processo de construção do conhecimento.
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as formações sobre as tecnologias educacionais, oferecidas aos profissionais da educação do município e identificar como isso está sendo aplicado em forma de conhecimento apropriado em sala de aula, bem como os desafios sobre tal questão encontrados nas escolas.
Com vistas à universalização das tecnologias na educação, trabalhando no Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora dos cursos do Proinfo e sendo aluna do curso de especialização: Tecnologias na Educação, desenvolvi durante o ano de 2012 formações aos profissionais da educação municipal. Visando realizar um trabalho voltado para a melhoria da qualidade do ensino disseminando o uso pedagógico dos recursos tecnológicos e contribuindo para a inclusão digital desses profissionais. Busquei motivá-los, familiarizá-los e prepará-los para utilizar todos os recursos disponíveis pelas mídias encontradas nas escolas.
Importante destaque foi dado sobre a necessidade de se construir uma postura crítica em relação ao uso das tecnologias e suas contribuições para o ensino, bem como o fortalecimento da predisposição de uma aprendizagem permanente enquanto professor.
Durante os cursos surgiram várias dificuldades relacionadas as mais diversas realidades, e essa troca de experiências tornou-se ao final um grande aprendizado, fortalecendo a todos e enriquecendo suas práticas
Porém, o nosso contato com os professores se reduzia apenas as aulas presenciais no NTM, surgindo uma necessidade de acompanharmos mais de perto o que eles estavam aplicando em salas de aula, ou seja, o conhecimento adquirido durante as formações. Passamos, então, a acompanhar melhor esses profissionais em suas atuações nas escolas, através de relatórios bimestrais enviados ao NTM, e através de visitas pedagógicas realizadas periodicamente em todas as escolas do município.
Com tantas mudanças ocorrendo dentro das escolas, alguns profissionais veem isso como um grande problema, outros algo inevitável. Ainda assim precisamos buscar nos apropriar da melhor maneira, como diz Demo, 2000c:
                           A inovação advinda do conhecimento é hermeneuticamente circular, ou seja, ao mesmo tempo que é aquilo que a tudo inova, também é aquilo que mais depressa envelhece; assim, o cerne da vida profissional é sua renovação permanente, não estoque estático de conhecimento; é preciso, impreterivelmente, saber reconstruir conhecimento, não permanecer apenas ao nível instrucionista da transmissão.


Todo esse processo de mudanças na educação não é fácil, nem uniforme e vai acontecendo aos poucos, por isso a postura do professor é tão importante para que o diálogo se estabeleça no ambiente digital. Deve ser confiante no sujeito que aprende e em si mesmo, fortalecendo laços e aumentando a motivação. Moram (2003, p.23) fala da “importância de motivar alunos para o curso, criar boas expectativas, estabelecer laços de confiança, facilitando o processo de aprendizagem”.
É importante pensar e refletir também que não basta ter uma grande quantidade de informação; é necessário que essa informação seja transformada em conhecimento, contribuindo assim para a autonomia do sujeito, por isso é tão importante despertar a criticidade nos alunos e professores.
Para Munhoz (2002, p.42), “a utilização de tecnologia na educação não é uma novidade”, a autora ressalta ainda “que a sua utilização intensiva exige cuidados especiais na formação dos professores que atuam nesses ambientes”, e também fala da necessidade de “um acompanhamento da equipe gestora das escolas para garantir padrões mínimos de qualidade na educação”.
Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca de um ensino melhor.
Este trabalho refere-se à inserção das tecnologias na sociedade contemporânea e como isso reflete no ambiente escolar. A partir desse pressuposto analisamos a formação dos docentes e esse feedback com os alunos, fortalecendo a necessidade da renovação e ressignificação das práticas pedagógicas de sala de aula.
Nesta perspectiva, percebe-se que a intensificação do uso das tecnologias na educação, expressa novas atitudes e dinâmicas sociais na produção, desenvolvimento e socialização do conhecimento.
O trabalho situa-se na discussão da utilização das multimídias, considerando os variados aspectos encontrados e os elementos que permitem essa utilização e as influências de todo esse processo na formação e organização do trabalho docente.
Ao reconhecer que a profissão docente surge com o advento da organização dos sistemas educativos modernos, impulsionados pelas transformações nos modos de produção e nas transformações sociais advindas daí, é o passo inicial para compreender as determinações que a caracterizam. No passado, a ocupação docente, a formação profissional e a identidade profissional e a identidade profissional do professor estiveram marcadas pela modéstia de conteúdo cultural, pois a ele cabia transmitir os códigos mínimos de leitura e escrita e da matemática.
Se faz necessário observar, a dimensão pública da profissão do docente na sociedade contemporânea e sua capacidade profissional adquirida e validade pelo sistema. Assim:
A profissão docente, ainda que, como quase todas as demais profissões, pode ser exercida de forma autônoma, significativamente, é uma profissão assalariada cujo exercício está predefinido por quem a contrata que também determina sua relativa autonomia no exercício do poder que lhe atribui. O conhecimento do prestígio social que a sociedade outorga a essa profissão, do nível econômico em que a situa o valor de troca e do lugar relativo que ocupa sua formação sobre uma escala de cultura, permite seu estrato social e, última instância, a mobilidade social ascendente ou descendente que a afeta. (Fernandes de Castro, 1995,p.96).
Nesse cenário de hoje cenário de hoje cheio de mudanças, a idéia do professor como depositário do saber é uma tradição que está se rompendo. Com o uso das novas tecnologias todos são convidados a pensar num fazer docente que transcenda atitudes do passado que hoje não tem mais espaço, ressignificando assim as práticas pedagógicas instituídas.
Não se trata somente de afirmar ou negar o uso das tecnologias, a sua utilização como matérias e recursos, transcende suas possibilidades como elemento didático, para trazer a tona uma série de desafios permanentes como a articulação e desenvolvimento de pressupostos interdisciplinares, a necessidade da coordenação e constituição do trabalho docente e a renovação metodológica presentes no processo educativo.
Como formadora do Proinfo no município trabalho com os professores de todas as escolas municipais da zona urbana e rural, porém para realizar esta pesquisa, foquei na EMEF “Maria Rodrigues Leite”, pois tive a oportunidade de acompanhar mais de perto os desdobramentos no trabalho pedagógico dos professores a partir das contribuições que tiveram nas 3 formações oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal.
EMEF “Maria Rodrigues Leite” é uma escola Pólo de Alfabetização, onde são atendidos alunos do 1º ao 3º ano das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Sua clientela é basicamente composta por alunos de classe média com razoável poder aquisitivo. Possui um laboratório de informática educativa LIED, com 17 computadores do Proinfo funcionando no sistema Linux Educacional 2.0 e 10 computadores que foram doação de uma empresa internacional de café que funciona no Sistema Operacional Windows. Cada turma é atendida duas vezes por semana conforme um  horário específico elaborado pela professora mediadora do laboratório que é formada em Processamento de Dados. Isso faz com que todos os professores da escola utilizem semanalmente o LIED proporcionando aulas mais atrativas, tornando assim uma rotina e um diferencial para o uso das tecnologias na escola em todo o município.
A escola conta com um quadro de 10 professores efetivos e 11 professores contratados, sendo que para a contratação dos professores em designação temporária, todos os candidatos além de possuir os requisitos básicos necessários para assumir aquela escola, como graduação e especialização, eles também precisam ter um perfil pré-estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação para professores de alfabetização onde todos são aprovados ou não através de uma entrevista.
Durante os anos de 2010, 2011 e 2012, os professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”, participaram das formações oferecidas pelo NTM-NV e também fizeram suas especializações conforme mostra as tabelas abaixo.
A tabela 1 mostra as graduações de todos os professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” no ano de 2012.

Tabela 1 – Formação Acadêmica dos Professores
Graduação
Total
Pedagogia
16
Educação Física
2
Normal Superior
1
Inglês
1
Processamento de Dados
1



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A tabela 2 mostra as especializações concluídas pelos professores que trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” durante o ano de 2012.

Tabela 2 – Formação Acadêmica de Professores – Lato Sensu
Pós-Graduação (Lato Sensu)
Total
Educação Infantil e Séries Iniciais
14
Educação Física Escolar
1
Supervisão, Gestão e Orientação Escolar
4
Inglês
1
Informática Educativa
1


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A tabela 3 mostra os cursos do Proinfo Integrado oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal durante os anos de 2010, 2011 e 2012, concluídos pelos professores da EMEF “Maria Rodrigues Leite”.

Tabela 3 – Cursos de formação do Proinfo Integrado
Cursos de Formação Continuada
Total
Introdução à Educação Digital
16
Tecnologias na Educação
18
Elaboração de Projetos
11



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Referências Bibliográficas:
CAVALCANTE, A. Tecnologia na Escola: Um modelo de Implementação a partir da Formação de Professores. In: Revista Brasileira de Informática na Educação, 2009.
D'AMBRÓSIO, U. Tempo de Escola e tempo da Sociedade. In: Formação de Professores. São Paulo: UNESP, 1998.
DEMO, P. Educação e Qualidade. Campinas: Papirus, 1996.
DEMO, P. Ensino Superior no Século XXI: Aprender a Aprender. PUCRS, 2002/02.
FREITAS, E. R. N.; BICALHO, M. G. P.; SOUZA, M. C. R. F.; NETTO, C.M. Informática e educação no ensino superior; reflexões sobre a relação com o saber de estudantes de cursos da área de computação, RBIE volume 20, número 2, 2012.
FONSECA, R. C. A prática docente a partir da interatividade nos ambientes virtuais de   aprendizagem,  ABED,  2010.
PFROMM, S. N. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador. Campinas: Alínea, 1998.
PRETTO, N. L. Uma escola sem/com futuro – Educação e Multimídia. Campinas: Papirus, 1996.
SOEK, A. M.; HARACEMIV, S. M. C. O professor/tutor e as relações de ensino e aprendizagem na educação a distância. RBDA, volume 7 – 2008.
VASGERAU, D. S. R.  A importância da utilização dos recursos tecnológicos nos cursos de formação de professores, PUC – PR, 1999.
VIEIRA, R. S. O papel das tecnologias da informação e comunicação na educação a distância: um estudo sobre a percepção do professor/tutor,  ABED, 2011.  
XAVIER, S. L. C. A afetividade nas inter-relações professores e alunos no ambiente digital – ABED – volume 6 – 2007.        
 ZAMBON, M. P.; SOUZA, D. G.; ROSE, T. M. S. Autoeficácia e experiência de professores no uso de tecnologias de informática. In: Revista Brasileira de Informática na Educação.  Volume 20.  Número 2, 2012.