Nome: Giovana Morgan
Sélia
Grupo: 04TCC
Trabalho de
Conclusão de Curso
Com
o
objetivo
de
promover
a
inclusão
digital
dos
professores
e
gestores
das
escolas
de
Educação
Básica,
surge
a
necessidade
de
planejar
e
realizar
formação
continuada
a
todos
esses
profissionais
sobre
as
mídias
educacionais
e
suas
funcionalidades
dentro
da
Educação.
Percebemos
a
cada
dia
em
sala
de
aula
o
quanto
o
mundo
evoluiu
nos
últimos
anos
e
o
quanto
a
Educação
ainda
precisa
evoluir
para
acompanhar
tantas
mudanças
e
revoluções.
Pensando
no ambiente escolar
há
alguns
anos
atrás,
tudo
se
resumia
a
uma
sala
quieta,
um
quadro
negro
e
poucos
livros,
hoje
até
mesmo
nas
comunidades
rurais
mais
carentes
têm
chegado
computadores,
laptops,
computador
interativo,
DVD's,
lousa
digital,
tablets
dentre
outros.
E
como
fica
o
professor diante de
todo esse aparato de tecnologias, sendo que, na maioria
das
vezes,
desconhece
suas
funções
e
utilizações?
Daí
surge
a
necessidade
de
todos
os
professores
participarem
de
formações
continuadas
sobre
essas
tecnologias
para
que
realmente
possam
usufruir
dessas
máquinas
em
prol
de
uma
Educação
mais
igualitária
e
eficaz,
afinal
hoje
se
ensina
e
muito
se
aprende
na
internet
sobre
todas
as
áreas
do
conhecimento.
Este
trabalho
visa
essa reflexão
sobre
a
prática
pedagógica
e
a
utilização
dos
recursos
disponíveis
nas
escolas,
levando
em
consideração
os
desafios
implicados
nas
formações
para
o
uso
das
mídias.
No
Brasil,
até
meados
dos
anos
90,
discutia-se
sobre
a
inclusão
ou
não
dos
computadores
na
Educação
Básica. Hoje
isso
já
é
uma
realidade,
por
isso,
acompanhando
os
avanços
das
mídias
educativas
em
todos
os
lugares
e
a
facilidade
de
acesso
pelos
alunos,
os
professores
não
podem
mais
de
afastar
dessas
tecnologias
em
suas
aulas,
afinal
já
é
realidade
e
os
alunos
precisam
vivenciar
essa
inclusão
em
todas
as
disciplinas.
Necessitamos
de
uma
escola
que
possa
superar
a
atual
calcada
nos
velhos
paradigmas
da
civilização
em
crise
e
que
ainda
não
conseguiu
solucionar
os
problemas
propostos
pela
própria
modernidade. PRETTO
(1996:98) complementa, afirmando
que
“necessitamos
de
uma
escola
não
apenas
fundamentada
no
discurso
oral,
que
desconhece
o
universo
audiovisual
que
domina
o
mundo
contemporâneo”.
Acompanhando
o
quadro
atual
de
professores,
a
utilização
feita
nos
Laboratórios
de
Informática
Educativa
das
escolas
e
as
formações
oferecidas
pelo
Núcleo
de
Tecnologia
Municipal de Nova
Venécia – ES, foi
proposta
a
seguinte
questão:
Como
os
professores
fazem
uso
das
tecnologias
disponíveis
em
sua
prática
educacional,
tendo
em
vista
a
formação
continuada
recebida
referente
às
mídias
educacionais?
O ensino em vários níveis padece de um mal bastante antigo, o mal do ensino maciçamente verbalista. Ainda hoje, nestes dias de internet, satélites e comunicação multimídia, realidade virtual e novas estratégias de ensino
continuaram com uma prática docente e discente nas escolas do pré-primário a pós-graduação, teimosamente aferrada a cultura oral.
(PFROMM, 1980, p.168)
O grande desafio encontrado foi fazer com que realmente sejam utilizados os recursos tecnológicos pelos professores em suas aulas, até mesmo por aqueles profissionais mais tradicionais, que seguem os programas pré-definidos e aguardam comportamentos
já esperados por suas turmas, buscando assim uma melhor qualidade na Educação como um todo.
Segundo Demo (1996, p.14) “qualidade é a união de habilidades de manejar meios, instrumentos, formas e técnicas ao mesmo tempo em que se possui as habilidades humanas de se fazer e de fazer história”.
Precisamos manter os nossos alunos nas escolas, para isso necessitamos motivá-los para que se interessem mais por elas, e um dos caminhos para atraí-los são as mídias, construindo assim um novo cenário de Educação, onde professores e alunos possam estar construindo juntos conhecimentos, nessa divertida experiência, inovando e reconstruindo a prática pedagógica.
VOSGERAU (1999, p.105) salienta que “a inserção dos recursos tecnológicos aliados as habilidades pedagógicas adequadas, poderão ter uma grande participação no aumento da qualidade do ensino, o seu uso requer planejamento e integração”.
As habilidades humanas são de fundamental importância para o trabalho com as
tecnologias e ter acesso e habilidade não é o suficiente para garantir uma boa educação
e formar cidadãos críticos. Os profissionais envolvidos com o ensino buscarão
os profissionais envolvidos na tecnologia, aliando-se na busca de um ensino de
qualidade aos nossos professores e alunos.
Os professores recebem as formações oferecidas pelo MEC, mas muitas vezes ainda se sentem inseguros em utilizar as mídias com seus alunos, deixando de oferecer a eles muitas vezes a única oportunidade de inclusão digital. Existem também professores que ainda estão presos a quantificação do conteúdo e o cumprimento obrigatório de todo o currículo,
em detrimento da qualidade do que está sendo transmitido e absorvido pelos alunos. Os professores precisam se dar conta que podem
potencializar a comunicação e a aprendizagem fazendo uso das tecnologias.
A diversificação e as mudanças de um ano para outro são muito grandes, não cabe mais hoje aproveitar os planejamentos de anos anteriores. Precisamos avançar muito nesse sentido ainda, buscando conhecimentos atualizados através de estudos e pesquisas, e cada vez mais aprendendo a aprender, e nesse sentido a internet é uma grande ferramenta de apoio aos docentes.
Essas e outras questões são imprescindíveis ao se planejar formações para os professores, para que se possa não só apresentar as ferramentas e suas aplicações dentro das salas de aulas, independente de sua disciplina, mas, sobretudo mostrar que as mídias, aliadas às habilidades já existentes pelos docentes, podem preparar melhor nossos alunos para enfrentar o mercado de trabalho tão competitivo como o de hoje, mostrando que não é suficiente apenas serem conhecedores das tecnologias por si só, mas saber fazer dela sua aliada.
Muitas
coisas
já
estão
sendo
feitas
para
acompanhar
o
avanço
tecnológico,
profissionais
ligados
à
educação
têm
pesquisado
e
produzido
materiais
didáticos
digitais
para
apoiar
à
aprendizagem.
É possível encontrar uma vasta produção de softwares e páginas da Web com atividades e jogos pedagógicos muito bons, apesar de observarmos que muitos deles só possuem fins
comerciais
e estão
descontextualizados em relação ao currículo.
Apesar
de
todos
os
investimentos
dispensados,
entre
projetos
e
formação
para
os
professores,
o
computador
ainda
não
se
difundiu
como
prática
integrada
na
escola,
um
fato
constatado
tanto
na
esfera
nacional
quanto
internacional
(AREA,
2002,
e
SANCHO,
2006).
Behar (2009) menciona a expectativa do poder público de que o uso de ferramentas tecnológicas rompam
com
o
gigantesco
déficit
educacional
do
nosso
país,
retratada
a
partir
de
investimentos
maciços
em
projetos
como
PROINFO,
Mídias
na
Educação,
o
UCA
(Um
Computador
por
Aluno)
e
agora
os
tablets.
Apesar
desses
investimentos,
ainda
temos muito que avançar para que essas tecnologias sejam efetivamente incorporadas ao cotidiano
escolar.
A qualidade e a aplicabilidade das formações de professores para o uso das tecnologias é uma das condições para uma implementação efetiva da mesma nas escolas. Essas formações não podem enfatizar apenas as habilidades tecnológicas e ocorrer de forma desvinculada da realidade escolar para que suas ações e resultados sejam efetivos na melhoria do ensino. As perspectivas mais recentes indicam a necessidade da formação de professores acontecerem de forma contínua, contextualizada nas práticas e voltadas ao desenvolvimento de um profissional reflexivo (NÓVOA, 1999; ZEICHNER 1993; PÉREZ GÓMEZ, 2002; TARDIF, 2002).
Nessa perspectiva da utilização das tecnologias digitais, os estudos discutem sua utilização de agregar efetivos avanços nos processos de ensino-aprendizagem (KENSKY, 2007, MORAN, 2000). Para isso é importante investigar como os professores estão utilizando as tecnologias em sala de aula, para que eles tenham condições de desenvolver atividades que levem o aluno a refletir e a contextualizar a aprendizagem adquirida na escola com as situações vividas em seu cotidiano.
Almeida (2005) discute que a utilização de diversas mídias pode contribuir para que os alunos exerçam a função de um construtor de significados. A autora enfatiza que o conhecimento do professor é fundamental para que a tecnologia seja utilizada de acordo com os objetivos da atividade. Investir na formação de professores implica em desenvolver um trabalho em que as mídias serão utilizadas de forma a garantir um trabalho baseado na reflexão das principais ferramentas, funções e estruturas das tecnologias.
Fagundes (2005) aponta que apesar do desenvolvimento de diversas ferramentas, ainda se faz necessário pesquisar como os professores trabalham com as tecnologias.
Fernandes (2009) apresenta em sua pesquisa o professor como agente ativo na implementação de tecnologia na escola, sendo esse capaz de superar as dificuldades de ordem tecnológica e pedagógica no ensino.
A comunicação entre os educadores, escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; dar subsídios para a tomada de decisões, a partir da criação de um fluxo de informações e troca de experiências; produzir atividades colaborativas que permitam o enfrentamento de problemas da realidade escolar. (ALMEIDA; MENEZES, 2004, p.1).
Segundo artigo do Especialista em Docência do Ensino
Superior e Educação a Distância Roberto Carlos da Fonseca, publicado na Revista
Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância:
A necessidade do educando na busca
de novas perspectivas e uma formação adequada enseja o caráter motivador e este
por sua vez requer do educador a contrapartida na busca de atendimento
constante e focado nas dificuldades e anseios de seu alunado, sempre buscando a
melhor ferramenta e a abordagem propícia a cada pessoa ou grupo de interesse ou
de trabalho. (2010, vol 9)
Publicado na Revista Brasileira de
Informática na Educação, as professoras Melissa Picchi Zambon, Deisy das Graças
de Souza e Tânia Maria Santana de Rose, dizem que “quando um recurso pedagógico
é apresentado ao professor, este tende a fazer um julgamento sobre como aquilo
pode ser relevante para o seu trabalho e para atingir suas metas em sala de
aula”. Tal julgamento é baseado em crenças e valores prévios e afetará a forma
como o novo recurso será utilizado em seu cotidiano. Assim, é importante que as
TIC sejam apresentadas ao professor de forma contextualizada e significativa
para que ele possa ter claro como elas se relacionam aos seus objetivos na
escola e de que forma podem contribuir na aprendizagem dos alunos.
Todos os artigos analisados
retratam sobre as formações recebidas pelos professores, sejam na modalidade
EAD ou presencial, e como isso está sendo aplicado ou não nas suas salas de
aula. Percebe-se que apesar de serem muitas as possibilidades do uso das TIC no
contexto educacional, seu potencial ainda precisa ser mais amplamente
explorado. Observa-se também que em todos os textos lidos fala-se sobre como a
utilização orientada e bem sucedida nas formações podem favorecer os
professores a maximizar sua capacidade sobre o uso das tecnologias em suas
atividades docentes diárias, aumentando as chances de que as TIC sejam
efetivamente utilizadas com sucesso nas escolas.
Acompanhando toda essa evolução tecnológica na Educação, trabalhando no
Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora e sendo
aluna do curso de especialização Tecnologias na Educação, desenvolvi durante o
ano de 2012 formações aos profissionais da educação do município de Nova
Venécia. Nosso objetivo principal era contribuir para a inclusão digital desses
profissionais, buscando motivá-los, familiarizá-los e prepará-los para utilizar
todos os serviços e recursos disponíveis pelas mídias encontradas em suas
escolas. Também era nossa intenção levá-los a refletir sobre a importância das tecnologias
nos dias atuais e o impacto que essas tecnologias digitais trazem para a nossa
sociedade em geral, refletindo em nossos alunos nas salas de aula.
Conhecer um novo sistema operacional, no nosso caso o Linux Educacional,
foi o nosso maior desafio encontrado, principalmente por ser um sistema
desconhecido tanto por parte dos alunos como por parte dos professores, e ainda
deixando a desejar em alguns aspectos. Porém, esse sistema possui alguns
recursos disponíveis gratuitamente que fizeram e fazem a grande diferença em
algumas escolas que ainda não possuem conexão de internet, recursos esses que
são: Conteúdos Educacionais, Domínio Público, TV ESCOLA, Portal do Professor,
Programas Educacionais, Objetos Educacionais dentre outros.
Durante todas as formações oferecidas procuramos demonstrar que o
conhecimento técnico das máquinas e seus aplicativos, do sistema operacional e
tudo o que ele oferece é muito importante na prática pedagógica, mas sempre
buscamos estimular os professores a refletir sobre o porquê e para quê utilizar
essas tantas tecnologias. Assim, poderiam desenvolver atividades significativas
na sua prática docente, mesmo necessitando de uma adequação para as diversas
realidades encontradas no município.
Planejar formações envolvendo as tecnologias não é tarefa fácil, pois
numa mesma turma encontraremos sempre níveis de conhecimentos e de apropriações
tecnológicas bem diferentes, desde aqueles que não sabem colocar um acento nas
palavras, até aqueles profissionais que já desenvolvem atividades temáticas e
projetos vinculados ao seu currículo e planejamento. Nosso desafio é grande no
sentido de buscar e promover equilíbrio entre os cursistas, incentivando as
habilidades e reconhecendo as diferenças e dificuldades de cada um. As aulas
são preparadas para potencializar as contribuições individuais, em duplas ou
coletivas, de acordo com os objetivos propostos das atividades e da relação
entre o número de cursistas e o número de máquinas disponíveis. As trocas de
experiências, de opiniões entre os cursistas, o compartilhamento das
facilidades e dificuldades são momentos riquíssimos para se aprender e ensinar.
É importante que nas formações os professores sejam estimulados a
refletir sobre as mudanças que hoje encontramos em nossas salas de aula, diferentes
de alguns anos atrás, buscando assim tomar consciência do seu papel de educador
nesse processo e também do papel das tecnologias na vida cotidiana dos alunos.
É importante compreender que a construção do conhecimento pode ser feita a
partir dessa conscientização, participando efetivamente desse processo,
contribuindo assim para que a qualidade do ensino melhore e incluindo
socialmente os alunos. As tecnologias educacionais têm um grande potencial de
promover e intensificar o processo ensino-aprendizagem, e os profissionais da
educação, tanto os professores como os gestores precisam
se valer desses instrumentos para que a aprendizagem seja realmente mais ativa,
colaborativa e interaja efetivamente com o que se passa dentro da escola e o
que está fora da escola.
A cada formação concluída percebe-se o crescimento dos professores, sua
autonomia e segurança em relação ao manuseio das máquinas, mas principalmente
em suas atuações nas salas de aula, promovendo e desenvolvendo atividades e
projetos vinculados as tecnologias, permitindo aos alunos se fortalecerem na
aprendizagem e incluindo-os na educação digital.
As tecnologias digitais estão presentes em toda a sociedade
contemporânea, alterando o nosso modo de vida e nos fazendo dependentes dessas
ferramentas. Tal incorporação repercute em nossas ações, modos de pensar, modos
de conhecer, modos de comunicar e em nossas relações com o outro, com o mundo e
com o conhecimento. A educação não fica alheia a isso, assim se faz necessário
adaptar as práticas pedagógicas de sala de aula às tecnologias disponíveis na
escola.
Para que efetivamente ocorra essa inclusão digital dos professores e
gestores escolares, surge a necessidade de oferecer a tais profissionais
formações relacionadas às mídias educacionais e suas funcionalidades. É
necessário orientá-los sobre a vasta
produção de softwares e páginas da web com várias possibilidades de atividades
e jogos pedagógicos. Esses materiais podem agregar ao seu currículo escolar e, sobretudo,
favorecer aos professores uma postura crítica e uma predisposição para uma
aprendizagem permanente que otimize o processo de construção do conhecimento.
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as formações
sobre as tecnologias educacionais, oferecidas aos profissionais da educação do
município e identificar como isso está sendo aplicado em forma de conhecimento
apropriado em sala de aula, bem como os desafios sobre tal questão encontrados
nas escolas.
Com vistas à universalização das tecnologias na educação, trabalhando no
Núcleo de Tecnologia Municipal de Nova Venécia – ES como formadora dos cursos
do Proinfo e sendo aluna do curso de especialização: Tecnologias na Educação,
desenvolvi durante o ano de 2012 formações aos profissionais da educação
municipal. Visando realizar um trabalho voltado para a melhoria da qualidade do
ensino disseminando o uso pedagógico dos recursos tecnológicos e contribuindo
para a inclusão digital desses profissionais. Busquei motivá-los,
familiarizá-los e prepará-los para utilizar todos os recursos disponíveis pelas
mídias encontradas nas escolas.
Importante destaque foi dado sobre a necessidade de se construir uma
postura crítica em relação ao uso das tecnologias e suas contribuições para o
ensino, bem como o fortalecimento da predisposição de uma aprendizagem
permanente enquanto professor.
Durante os cursos surgiram várias dificuldades relacionadas as mais
diversas realidades, e essa troca de experiências tornou-se ao final um grande
aprendizado, fortalecendo a todos e enriquecendo suas práticas
Porém, o nosso contato com os professores se reduzia apenas as aulas
presenciais no NTM, surgindo uma necessidade de acompanharmos mais de perto o
que eles estavam aplicando em salas de aula, ou seja, o conhecimento adquirido
durante as formações. Passamos, então, a acompanhar melhor esses profissionais
em suas atuações nas escolas, através de relatórios bimestrais enviados ao NTM,
e através de visitas pedagógicas realizadas periodicamente em todas as escolas
do município.
Com tantas mudanças ocorrendo dentro das escolas, alguns profissionais
veem isso como um grande problema, outros algo inevitável. Ainda assim
precisamos buscar nos apropriar da melhor maneira, como diz Demo, 2000c:
A inovação advinda do conhecimento é hermeneuticamente
circular, ou seja, ao mesmo tempo que é aquilo que a tudo inova, também é
aquilo que mais depressa envelhece; assim, o cerne da vida profissional é sua
renovação permanente, não estoque estático de conhecimento; é preciso,
impreterivelmente, saber reconstruir conhecimento, não permanecer apenas ao
nível instrucionista da transmissão.
Todo esse processo de mudanças na educação não é fácil, nem uniforme e
vai acontecendo aos poucos, por isso a postura do professor é tão importante
para que o diálogo se estabeleça no ambiente digital. Deve ser confiante no
sujeito que aprende e em si mesmo, fortalecendo laços e aumentando a motivação.
Moram (2003, p.23) fala da “importância de motivar alunos para o curso, criar
boas expectativas, estabelecer laços de confiança, facilitando o processo de
aprendizagem”.
É importante pensar e refletir também que não basta ter uma grande
quantidade de informação; é necessário que essa informação seja transformada em
conhecimento, contribuindo assim para a autonomia do sujeito, por isso é tão
importante despertar a criticidade nos alunos e professores.
Para Munhoz (2002, p.42), “a utilização de tecnologia na educação não é
uma novidade”, a autora ressalta ainda “que a sua utilização intensiva exige
cuidados especiais na formação dos professores que atuam nesses ambientes”, e
também fala da necessidade de “um acompanhamento da equipe gestora das escolas
para garantir padrões mínimos de qualidade na educação”.
Sabemos das dificuldades em oferecer e realizar cursos de formação continuada
na área de tecnologia educacional, mas entendemos que uma abordagem
participativa oferece, no entanto, o potencial para maximizar a destreza e
eficácia em alinhar desafios e restrições com iniciativas e soluções na busca
de um ensino melhor.
Este trabalho refere-se à inserção das tecnologias na sociedade
contemporânea e como isso reflete no ambiente escolar. A partir desse
pressuposto analisamos a formação dos docentes e esse feedback com os alunos, fortalecendo a necessidade da renovação e ressignificação
das práticas pedagógicas de sala de aula.
Nesta perspectiva, percebe-se que a intensificação do uso
das tecnologias na educação, expressa novas atitudes e dinâmicas sociais na
produção, desenvolvimento e socialização do conhecimento.
O trabalho situa-se na discussão da utilização das
multimídias, considerando os variados aspectos encontrados e os elementos que
permitem essa utilização e as influências de todo esse processo na formação e
organização do trabalho docente.
Ao reconhecer que a profissão docente surge com o advento da
organização dos sistemas educativos modernos, impulsionados pelas
transformações nos modos de produção e nas transformações sociais advindas daí,
é o passo inicial para compreender as determinações que a caracterizam. No
passado, a ocupação docente, a formação profissional e a identidade
profissional e a identidade profissional do professor estiveram marcadas pela
modéstia de conteúdo cultural, pois a ele cabia transmitir os códigos mínimos
de leitura e escrita e da matemática.
Se faz necessário observar, a dimensão pública da profissão
do docente na sociedade contemporânea e sua capacidade profissional adquirida e
validade pelo sistema. Assim:
A profissão
docente, ainda que, como quase todas as demais profissões, pode ser exercida de
forma autônoma, significativamente, é uma profissão assalariada cujo exercício
está predefinido por quem a contrata que também determina sua relativa
autonomia no exercício do poder que lhe atribui. O conhecimento do prestígio
social que a sociedade outorga a essa profissão, do nível econômico em que a
situa o valor de troca e do lugar relativo que ocupa sua formação sobre uma
escala de cultura, permite seu estrato social e, última instância, a mobilidade
social ascendente ou descendente que a afeta. (Fernandes de Castro, 1995,p.96).
Nesse cenário de hoje cenário de hoje cheio de mudanças, a
idéia do professor como depositário do saber é uma tradição que está se
rompendo. Com o uso das novas tecnologias todos são convidados a pensar num
fazer docente que transcenda atitudes do passado que hoje não tem mais espaço,
ressignificando assim as práticas pedagógicas instituídas.
Não se trata somente de afirmar ou negar o uso das
tecnologias, a sua utilização como matérias e recursos, transcende suas possibilidades
como elemento didático, para trazer a tona uma série de desafios permanentes
como a articulação e desenvolvimento de pressupostos interdisciplinares, a
necessidade da coordenação e constituição do trabalho docente e a renovação
metodológica presentes no processo educativo.
Como formadora do Proinfo no município trabalho com os
professores de todas as escolas municipais da zona urbana e rural, porém para
realizar esta pesquisa, foquei na EMEF “Maria Rodrigues Leite”, pois tive a
oportunidade de acompanhar mais de perto os desdobramentos no trabalho
pedagógico dos professores a partir das contribuições que tiveram nas 3 formações
oferecidas pelo Núcleo de Tecnologia Municipal.
EMEF “Maria Rodrigues Leite” é uma escola Pólo de
Alfabetização, onde são atendidos alunos do 1º ao 3º ano das Séries Iniciais do
Ensino Fundamental. Sua clientela é basicamente composta por alunos de classe
média com razoável poder aquisitivo. Possui um laboratório de informática
educativa LIED, com 17 computadores do Proinfo funcionando no sistema Linux Educacional
2.0 e 10 computadores que foram doação de uma empresa internacional de café que
funciona no Sistema Operacional Windows. Cada turma é atendida duas vezes por
semana conforme um horário específico
elaborado pela professora mediadora do laboratório que é formada em
Processamento de Dados. Isso faz com que todos os professores da escola
utilizem semanalmente o LIED proporcionando aulas mais atrativas, tornando
assim uma rotina e um diferencial para o uso das tecnologias na escola em todo
o município.
A escola conta com um quadro de 10 professores efetivos e 11
professores contratados, sendo que para a contratação dos professores em
designação temporária, todos os candidatos além de possuir os requisitos
básicos necessários para assumir aquela escola, como graduação e
especialização, eles também precisam ter um perfil pré-estabelecido pela Secretaria
Municipal de Educação para professores de alfabetização onde todos são
aprovados ou não através de uma entrevista.
Durante os anos de 2010, 2011 e 2012, os professores da EMEF
“Maria Rodrigues Leite”, participaram das formações oferecidas pelo NTM-NV e
também fizeram suas especializações conforme mostra as tabelas abaixo.
A tabela 1 mostra as graduações de todos os professores que
trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” no ano de 2012.
Tabela 1 – Formação Acadêmica dos Professores
Graduação
|
Total
|
Pedagogia
|
16
|
Educação Física
|
2
|
Normal Superior
|
1
|
Inglês
|
1
|
Processamento de Dados
|
1
|
A tabela 2 mostra as especializações concluídas pelos professores que
trabalharam na EMEF “Maria Rodrigues Leite” durante o ano de 2012.
Tabela 2 – Formação Acadêmica de Professores – Lato Sensu
Pós-Graduação (Lato Sensu)
|
Total
|
Educação Infantil e Séries Iniciais
|
14
|
Educação Física Escolar
|
1
|
Supervisão, Gestão e Orientação Escolar
|
4
|
Inglês
|
1
|
Informática Educativa
|
1
|
A tabela 3 mostra os cursos do
Proinfo Integrado oferecidos pelo Núcleo de Tecnologia Municipal durante os anos
de 2010, 2011 e 2012, concluídos pelos professores da EMEF “Maria Rodrigues
Leite”.
Tabela 3 – Cursos de formação do
Proinfo Integrado
Cursos de Formação Continuada
|
Total
|
Introdução à Educação Digital
|
16
|
Tecnologias na Educação
|
18
|
Elaboração de Projetos
|
11
|
Referências
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VIEIRA, R. S. O papel das
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XAVIER, S. L. C. A afetividade nas inter-relações professores e alunos no
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In: Revista Brasileira de Informática na Educação. Volume 20.
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